Mandetta sobre Bolsonaro: ‘Ele claramente externa que quer outro tipo de posição’

  • Por Jovem Pan
  • 15/04/2020 18h28 - Atualizado em 15/04/2020 18h45
Isac Nóbrega/PR O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou nesta quarta-feira (15), em coletiva de imprensa, que o presidente Jair Bolsonaro “externa claramente que quer outro tipo de posição”, ao comentar sobre os rumores de sua demissão diante das medidas adotadas pela pasta durante a pandemia de coronavírus.

Mandetta afirmou ainda que “nunca disse que era insubstituível”, assim como os outros nomes da Saúde. Na manhã desta quarta, o secretário Wanderson de Oliveira, da Vigilância em Saúde, pediu demissão, mas o ministro não aceitou. “Entramos juntos e sairemos juntos”, ressaltou.

Mandetta reafirmou também que a posição oferecida por ele desde o início da crise ao presidente “foi a da ciência”. “Tenho esse caminho para oferecer. Fora desse caminho, tem que achar alternativas. Se precisar de ajuda, a gente ajuda.”

O secretário-executivo da pasta, João Gabbardo, que chegou a ser cotado para o lugar de Mandetta, alegou que, caso o ministro deixe a pasta, ele deve sair junto. “Tenho um compromisso com o ministro. No dia em que ele sair, eu saio com ele. Fico durante o período de transição porque não podemos interromper esse trabalho.”

Na coletiva, Mandetta ainda elogiou o trabalho de outros ministros do governo, como Paulo Guedes (Economia), que “mandou todos os recursos que a Saúde pediu”, Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), que “deu todas as condições de segurança”, e Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura), que “recompôs toda uma logística tradicional” para garantir o abastecimento de insumos.

Segundo os dados mais recentes da pasta, o Brasil tem 1.736 mortes e quase 28 mil casos confirmados de Covid-19. Mandetta voltou a defender o isolamento social como medida fundamental na contenção do vírus e destacou que o Brasil colheu bons resultados ao adotá-la.

“Houve uma adesão muito grande da sociedade brasileira, que estava vendo essa informação, se apropriou disso e seguiu o caminho da cautela, do instinto de proteção à vida. Quem relaxou, soube de casos que relaxaram, vai pagar o preço por isso”, concluiu.

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