Manifestantes furam bloqueio e invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto; veja vídeo

Prédios foram depredados, vidraças quebradas e há focos de incêndios; polícia retoma prédio do Supremo

  • Por Jovem Pan
  • 08/01/2023 15h12 - Atualizado em 08/01/2023 18h00
EVARISTO SA / AFP Invasão do Congresso Manifestantes invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto em 8 de janeiro

Centenas de manifestantes que protestavam contra os resultados das eleições de 2022 furaram os bloqueios da segurança e invadiram a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, neste domingo, 8. As sedes dos Três Poderes – Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto – foram invadidas e depredadas pelos protestantes, que pedem a saída e prisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), questionam a segurança das urnas eletrônicas e do chamado “código fonte” do sistema eleitoral e clamam, até mesmo, por uma intervenção militar. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram os manifestantes subindo a rampa do Congresso sob gritos de “o Brasil é nosso” e, na sequência, dando início aos atos de vandalismo e destruição dos prédios públicos. “Quebra tudo, gente, quebra tudo”, gritam manifestantes em gravações no plenário do Supremo. Nas imagens, é possível ver gavetas sendo reviradas, papéis sendo picados e espalhados e vidraças quebradas. Toda a faixada do Congresso e da Suprema Corte foi destruída. Um manifestante chegou a retirar a porta do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e levar para fora do prédio. Outro registro mostra pessoas invadindo o plenário do Senado Federal e fazendo parte do local de “escorregador”.

A concentração de manifestantes em Brasília ganhou força nas primeiras horas deste domingo, quando cerca de cem ônibus com protestantes usando bandeiras do Brasil e roupas nas cores verde e amarelo chegaram à capital federal. Inicialmente, os atos nos acampamentos em frente a quartéis acontecia de maneira pacífica, mas a situação perdeu o controle quando os manifestantes desceram para a Esplanada, que estava cercada para a entrada de pedestres. Com o acirramento da situação, as forças de segurança usaram spray de pimenta e gás de efeito moral para tentar impedir a invasão, mas as barreiras foram derrubadas pelos presentes, dando início à invasão do Congresso Nacional e dos demais prédios.

O ministro Flávio Dino, que está na Esplanada, declarou que “essa absurda tentativa de impor a vontade pela força não vai prevalecer”. “O Governo do Distrito Federal afirma que haverá reforços. E as forças de que dispomos estão agindo. Estou na sede do Ministério da Justiça”, escreveu. A Força Nacional, que recebeu autorização do ministro no sábado, 7, para atuar, se necessário, reuniu forças em frente ao prédio do ministério da Justiça. No documento assinado por Dino, foi informado que a utilização dos agente de segurança seria realizado para “auxiliar na proteção da ordem pública e do patrimônio público e privado entre a Rodoviária de Brasília e a Praça dos Três Poderes, assim como na proteção de outros bens da União situadas em Brasília, em caráter episódico e planejada”. Cerca de 400 homens estão disponíveis neste fim de semana em Brasília.

Nas redes sociais, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, repudiou os atos. “Na ação, estão empenhadas as forças de segurança do Distrito Federal, além da Polícia Legislativa do Congresso. Repudio veementemente esses atos antidemocráticos, que devem sofrer o rigor da lei com urgência”, escreveu, acrescentando que “conversei há pouco, por telefone, com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, com quem venho mantendo contato permanente. O governador me informou que está concentrando os esforços de todo o aparato policial no sentido de controlar a situação”, completou. Outros parlamentares também criticaram o episódio, falando em “violação grave” com a democracia e em atos terroristas.

 

 

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