Médico diz que está com ‘emocional destruído’ após briga em resort na Bahia; grupo acusa empresário de agressões

Renato Hideki e a psicóloga Valentina Baldino afirmam que, mesmo após gritos por ajuda, funcionários do hotel não ofereceram nenhum tipo de suporte; o caso foi registrado na delegacia de Monte Gordo, em Camaçari, na Bahia

  • Por Carolina Fortes
  • 02/03/2021 19h55 - Atualizado em 02/03/2021 20h02
Instagram/@valentinabaldino/@dr.renatohideki Mulher com rosto machucado e homem com rosto machucado Valentina Baldino e Renato Hideki levaram socos enquanto estavam na piscina do hotel

Um grupo de quatro pessoas acusa um empresário do Distrito Federal de agressão com socos durante uma discussão no resort de luxo Vila Galé Marés, localizado no município de Camaçari, na Bahia. A psicóloga Valentina Baldino, o consultor imobiliário Augusto Amorim, o bancário Bruno Figlioli e o médico Renato Hideki alegam que foram vítimas de espancamento por um homem, que se ofendeu quando o grupo pediu que uma criança que estava com ele brincasse mais longe, pois estaria jogando água neles.”Fisicamente estou com um corte no rosto, levei pontos, mas é o meu emocional que está destruído. Como o agressor e a família não foram expulsos do hotel, a gente ficou com mania de perseguição, e por uma briga que nem foi nossa”, contou em entrevista à Jovem Pan Renato Hideki, que estava no hotel para comemorar a lua de mel com o noivo Bruno, e conheceu Valentina e Amorim na primeira noite no local. Segundo o médico, ele e o companheiro estavam “só querendo ajudar a apartar uma briga”, e acabaram sendo agredidos a socos. O casal já acionou advogados em Camaçari, Salvador, São Paulo e Florianópolis e vai mover uma ação tanto contra o hotel quanto contra o agressor.

De acordo com Renato, ele, Valentina, Amorim e Bruno estavam na piscina, junto com uma família “visivelmente alcoolizada”. “A criança ficou jogando água na gente, ela estava brincando, pedimos para a avó que ela brincasse um pouco mais para o lado. Antes disso, já estávamos perto de toda a família agressora, porque era uma das poucas regiões da piscina que tinha sombra, mas como eles estavam embriagados saímos de perto. A Valentina pediu para ele [criança] brincar um pouco mais longe, e a avó respondeu: ‘Criança é assim, você é mãe? Se for mãe, deve ser uma péssima mãe'”, relatou. Segundo ele, a avó se afastou, mas a esposa do agressor retornou com uma boia, junto com a criança. “A mãe pegava a boia e devagar ficava jogando a boia em cima da gente. A Valentina novamente virou e perguntou: ‘Poxa, falamos com a outra moça, que a criança está jogando água, não tem porque isso, a piscina é muito grande’, e a mãe falou que a piscina era muito grande mesmo e que nós poderíamos sair dali também. Foi o único momento que o Bruno, meu marido, falou alguma coisa: ‘Moça, a criança está jogando água na gente’, ele disse. Ela falou: ‘Se você está na piscina, é para se molhar’. E ele respondeu: ‘Você gostaria que alguém jogasse água na sua cara? É muito chato’. De repente, as mulheres da família começaram a gritar apontando na nossa direção. Com isso, veio a mãe e o pai do menino, eu puxei o Bruno para trás e a Valentina e o Augusto ficaram na frente”, continuou Renato.

O médico afirmou que, naquele momento, a mão de Valentina foi em direção ao rosto do agressor, no formato de um tapa, e ele revidou com dois socos no rosto dela. Bruno foi apartar a briga e acabou levando um soco também. Já Renato sentou na borda da piscina, puxou o marido e começou a gritar por um segurança. “Ele [agressor] colocou a mão para fora da piscina, e socou o meu olho. O Augusto foi tentar revidar e eu só gritava pelo segurança”, afirmou o médico. Segundo ele, o grupo pediu ajuda diversas vezes e nenhum funcionário do hotel tentou apartar a briga ou oferecer suporte. “A gente saiu correndo da área da piscina, fomos para a recepção, e eu gritava para ligar para a polícia, mas não tinha gerente, ou pelo menos ninguém se reportou para mim como gerente do hotel. A recepcionista disse: ‘Só você pode ligar para a polícia, a gente não pode fazer nada’. Eu estava desesperado com o rosto sangrando, não tivemos nenhuma ajuda do hotel”, disse. O grupo seguiu para a delegacia e depois para o Instituto Médico Legal (IML), percurso que foi sugerido que dividissem um táxi com o agressor. Somente no dia seguinte, Renato afirma que houve uma “assistência parcial” por parte do gerente de Recursos Humanos, mas que ele não pode fazer muito, pois não era gerente geral do resort.

Em um desabafo publicado nas redes sociais nesta segunda-feira, 1º, Valentina relatou que, devido às agressões, não está conseguindo enxergar direito. “Meu rosto está bem machucado, não consigo enxergar direito, tenho muita dor na mandíbula”, contou. A psicóloga também acusou a administração do hotel e as autoridades de Camaçari de não terem oferecido qualquer suporte ao grupo. “Fomos vítimas de agressão no hotel Vila Galé Marés. Recebi socos, empurrões, bebi muita água da piscina, por pessoas que estavam embriagadas e que por isso perderam a noção do que estavam fazendo. Na minha cabeça fica vindo flashes de memória, que me fazem tremer. (…) Há dois dias eu não durmo pensando nisso”, disse. A Jovem Pan tentou contato com a assessoria de imprensa do Vila Galé Marés, mas ainda não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

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