Médicos confirmam morte cerebral de criança atingida por bala perdida no Rio

  • Por Estadão Conteúdo
  • 02/11/2017 18h52
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Reprodução/TV Globo Segundo o pai de Vitor, o pedreiro Anderson Neves de Oliveira, de 56 anos, o tiro teria entrado pelo telhado

O Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, confirmou nesta quinta-feira, 2, a morte cerebral de Vitor Gabriel Leite Matheus, de três anos, atingido por um tiro na cabeça enquanto brincava na sala de casa na tarde de segunda-feira, 30 de outubro, em São João do Meriti, na Baixada Fluminense.

Segundo o diretor do hospital, Joé Sestello, a família decidiu doar os órgãos do menino. Vítor é a nona criança atingida por uma bala perdida no Estado este ano. O caso foi registrado na 64ª DP (São João de Meriti). De acordo com o comando do 21º BPM (São João de Meriti), não havia nenhuma operação ou ocorrência no local.

A criança brincava com os irmãos dentro de casa quando foi atingida. O pai ouviu um estrondo e achou que uma das crianças tinha caído no chão. Mas encontrou o menino com a cabeça ensanguentada. Segundo o pai de Vitor, o pedreiro Anderson Neves de Oliveira, de 56 anos, o tiro teria entrado pelo telhado.

“Ele estava no sofá de casa, vendo TV com os irmãos mais velhos (dois gêmeos de 7 anos). Eu havia chegado em casa, entreguei um remédio que havia trazido para minha mulher e tinha acabado de sentar na sala. Ouvi um estrondo, um barulho semelhante à explosão de uma bexiga, e vi o Vitor caído, sangrando”, conta o pai. “Achei que ele tivesse caído, batido a cabeça em alguma ponta do sofá e por isso estivesse ferido.”

Oliveira disse que não sabe o que pensar do episódio.

“Estou com muita raiva e muita tristeza e sei que nunca vou descobrir o autor desse disparo”, prevê Oliveira, que é pai de quatro filhos. Além de Vitor, que completaria 4 anos em 1º de janeiro, e dos dois gêmeos de 7 anos, tem uma filha de 1 ano e 4 meses.

Ontem, desesperado, ele havia feito um desabafo: “Peço aos bandidos que guardem as suas armas e não disparem tiro à toa, pois a munição que vai para o alto tem que cair em alguma lugar. Assim como caiu na cabeça do meu filho, a bala pode atingir outra criança ou adulto.”

 

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