Metade das cidades brasileiras tem incidência alta de Covid-19, aponta relatório
21 das 27 federações registraram 300 casos por 100 mil habitantes; internações também aumentaram
Quase metade dos municípios brasileiros registrou, na última semana, alta incidência de Covid-19, segundo análise divulgada nesta sexta-feira, 23, pelo Instituto Todos pela Saúde (ITpS) com base em dados do Ministério da Saúde. De acordo com o instituto, 2.552 cidades (de um total de 5.297) tiveram mais de 100 casos da doença por 100 mil habitantes, o que caracteriza a alta incidência. “Nesses municípios, vivem 47% da população brasileira, e seus moradores estão expostos a elevados níveis de transmissão viral”, destacou o Todos pela Saúde. Em levantamento feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e divulgado na quinta-feira, 22, há tendência de aumento de hospitalizações no país. De acordo com especialistas, as duas análises acendem o alerta para aumento da transmissão durante as festas de fim de ano e possível sobrecarga dos serviços de saúde em janeiro. A análise do ITpS mostra que 21 das 27 unidades da federação apresentam alta incidência – somente São Paulo, Mato Grosso do Sul, Pará, Amazonas, Maranhão e Piauí estão fora desse grupo. As maiores taxas foram registradas no Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal, todos com registros superiores a 300 casos por 100 mil habitantes. O instituto também analisa dados de redes de laboratórios, que mostram que as taxas de positividades dos exames seguem altas – acima de 30% desde o início de novembro.
Para o imunologista Jorge Kalil, diretor-presidente do ITpS, as pessoas devem manter cuidados durantes as celebrações de fim de ano, embora o cenário epidemiológico atual seja menos ameaçador do que o dos dois primeiros anos da pandemia. “A situação não é tão confortável assim. A doença está presente e o vírus continua circulando. A grande preocupação é com as pessoas que ainda não completaram o esquema vacinal com as quatro doses. Elas devem buscar a vacina o mais rápido possível. São essas pessoas que estão ficando mais graves quando infectadas”, afirma o especialista. Ele relembra que, no ano passado, as festas de fim de ano foram disseminadoras da variante Ômicron, causando milhões de novos casos. “Como temos mais pessoas vacinadas e com doses de reforço, uma nova onda pode não ser tão avassaladora, mas a Covid-19 ainda pode matar”, afirma. A análise do instituto mostra ainda que a sublinhagem BQ.1 da variante Ômicron já é predominante no Brasil. A alta transmissão viral favorece o surgimento de novas mutações e variantes que podem ter maior escape à vacina, dizem os especialistas.
Dicas para reduzir risco de contaminação nas festas de fim de ano
- Complete o esquema vacinal com as doses regulares e as doses de reforço indicadas para a sua faixa etária;
- Se for reunir a família para as festas de fim de ano, escolha um local amplo e bem ventilado. Se o tempo permitir, faça a comemoração ao ar livre, como em quintais ou terraços;
- Se possível, evite beijar e abraçar sem máscara muitas pessoas diferentes, em especial se for do grupo de maior risco, como idosos e pessoas com comorbidades;
- Se fizer parte dos grupos de maior risco, considere usar máscara durante as celebrações ou manter distanciamento dos demais participantes;
- Isole-se e não participe de celebrações se estiver com sintomas respiratórios;
- Faça um autoteste antes da celebração e, se testar positivo, fique em casa.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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