Ministério faz alerta contra uso de cloroquina sem indicação médica

  • Por Jovem Pan
  • 29/03/2020 08h34
  • BlueSky
André Rodrigues/Governo do Amapá Duas caixas do medicamento com o composto sulfato de hidroxicloroquina Ainda não existem evidências conclusivas sobre os efeitos da cloroquina contra a covid-19

O Ministério da Saúde divulgou uma nota técnica sobre o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina em casos graves, com pacientes hospitalizados, infectados pelo novo coronavírus. O protocolo prevê cinco dias de uso, em complemento a outras medidas como auxílio para respirar e medicação contra febre e mal-estar.

O ministério, no entanto, alerta para o risco do uso desses medicamentos, que não devem ser administrados fora dos hospitais. Segundo a nota, dentre os efeitos colaterais, estão lesões na retina, prejudicando a visão, e distúrbios cardiovasculares.

Em coletiva de imprensa neste sábado (28), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ressaltou que é importante que os medicamentos só sejam usados em casos mais complexos e não para os pacientes em geral. “Esse medicamento pode dar arritmia cardíaca, pode paralisar a função do fígado. Então, se sairmos com a caixa na mão falando ‘pode tomar’, nós podemos ter mais mortes por mau uso do medicamento do que pela própria virose”, enfatizou.

Apesar de alguns estudos indicarem que os medicamentos podem conter a covid-19, ainda não existem evidências conclusivas sobre os efeitos das substâncias nesse tipo de tratamento.

Distribuição
Na sexta-feira (27), o ministério começou a distribuição para os estados de 3,4 milhões de unidades dos dois medicamentos para uso em casos graves de infecção pelo novo coronavírus.

Os remédios já são distribuídos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento de malária, que também é uma virose, e de doenças autoimunes (quando o sistema imunológico causa inflamações) como lúpus e artrite reumatoide.

*Com Agência Brasil

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.