Ministros vão depor na próxima terça no inquérito de Moro contra Bolsonaro

  • Por Jovem Pan
  • 08/05/2020 18h39 - Atualizado em 08/05/2020 18h42
Marcos Corrêa/PR Braga Netto e Bolsonaro Jair Bolsonaro fala durante reunião interministerial, no dia 22 de abril de 2020; ao lado dele, Braga Netto sorri

Os ministros Augusto Heleno (GSI), Walter Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) vão depor na próxima terça-feira (12) no inquérito que investiga as acusações do ex-ministro Sergio Moro de “interferência política” do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.

Os três militares palacianos foram listados por Moro como testemunhas de ameaças proferidas pelo presidente contra o ex-ministro, caso ele não concordasse com a troca da direção-geral da PF.

Segundo Moro relatou à PF, os ministros participaram de duas reuniões em que o presidente Jair Bolsonaro pressionou o ex-ministro da Justiça a trocar o comando da Polícia Federal. Uma delas, no dia 22 de abril, foi gravada pelo Planalto – que já apresentou três pedidos ao decano para que reconsidere a ordem para entregar as gravações.

Nesta reunião, segundo Moro, Bolsonaro disse que iria “interferir em todos os ministérios”. “O presidente afirmou que iria interferir em todos os Ministérios e quanto ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, se não pudesse trocar o Superintendente da Polícia Federal do Rio de Janeiro, trocaria o Diretor Geral e o próprio Ministro da Justiça”, relatou Moro.

No dia seguinte, 23 de abril, ao ser informado pelo presidente que Maurício Valeixo seria exonerado do cargo, Moro se encontrou com Braga Netto e Augusto Heleno para informar os motivos pelos quais não aceitaria a substituição e declarou que deixaria o governo falando a verdade sobre a troca.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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