Moradora de São Leopoldo (RS): ‘Não estão chegando muitas doações pro interior’

Reportagem da Jovem Pan News traz relato de Leticia Fagundes sobre o turismo de desastre e como a reconstrução do estado será difícil

  • Por Jovem Pan
  • 10/05/2024 11h22 - Atualizado em 10/05/2024 11h40
BRUNO KIRILOS/ENQUADRAR/ESTADÃO CONTEÚDO Agentes públicos e voluntários fazem mutirão de trabalho para realizar o resgate de pessoas e animais ilhados pelas enchentes, com utilização de botes, canoas e jet skis, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, na quinta-feira, 09 de maio de 2024. Uma nova frente fria, que chega ao Rio Grande do Sul nesta sexta-feira, 10, deve levar riscos para o estado já castigado pelos temporais da semana passada. Existe a previsão de que, a partir desta sexta, o sistema frontal fique estacionado sobre a região central do estado, criando condições para a piora do quadro atual das enchentes. Moradora pediu que donativos sejam destinados às cidades do interior

As recentes enchentes no Rio Grande do Sul têm causado devastação em várias cidades, deixando muitas delas isoladas do resto do estado. São Leopoldo, um dos municípios mais afetados, enfrenta uma situação crítica, com moradores lutando pela sobrevivência em meio à falta de água potável, alimentos e infraestrutura básica comprometida. Letícia Fagundes, uma das moradoras da cidade, compartilhou a realidade alarmante que ela e seus vizinhos estão vivendo, destacando a dificuldade da rotina em meio aos dias atuais.

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A necessidade de assistência médica e de voluntários é uma das principais preocupações dos atingidos. Fagundes criticou a ocupação de assentos em voos da Força Aérea Brasileira (FAB) por indivíduos que não contribuem para os esforços de resgate e apoio, apelando para que médicos, mergulhadores, enfermeiros e voluntários tenham prioridade no transporte para a região. A moradora enfatizou a importância de doações e ajuda especializada chegarem também às áreas mais internas, não se limitando apenas à capital, Porto Alegre. “A gente precisa de voluntariados porque os nossos estão esgotados. A gente está há duas semanas ilhados. (…) Deixem vir médicos, mergulhadores, enfermeiros e voluntários e que vão botar a mão, que vão se molhar”, disse.

A situação de Fagundes é um reflexo do caos enfrentado pelos moradores. Sua casa se tornou um refúgio para familiares que perderam tudo, chegando a abrigar 21 pessoas em um espaço de dois cômodos. A falta de água potável se tornou um problema ainda mais grave, afetando pacientes que necessitam de tratamentos como a hemodiálise. Além disso, a moradora alertou para o problema do turismo de desastre, com pessoas obstruindo as vias essenciais para o transporte de ajuda, exacerbando a situação crítica. “Tem que deixar liberado para caminhão do exercíto, ambulância, médico. Esse tumulto às vezes não apoia, prejudica. E se reconstruir vai ser muito, muito difícil”.

 

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