Sobe para 126 o número de mortos em decorrência das chuvas no Rio Grande do Sul
Estado contabiliza quase 2 milhões de pessoas afetadas, 756 feridos e 441 municípios atingidos; previsão de chuva e queda de temperatura preocupam as autoridades
O número de mortos pelas enchentes causadas pelas incessantes chuvas no Rio Grande do Sul chegou a 126 pessoas. O número foi atualizado às 18h desta sexta-feira (10) pela Defesa Civil. Já são 339.928 pessoas desalojadas e 1.951.402 afetados pelas cheias, nos 441 municípios atingidos — ao todo, o Estado tem 497. O número de feridos saltou para 756 pessoas. Os desaparecidos são 141 no boletim desta tarde. Os abrigos espalhados no Estado atendem 71.409 pessoas. De acordo com as informações da Defesa Civil, 70.863 pessoas já foram resgatadas e 9.984 animais foram salvos. O boletim informa que há um efetivo de 27.218 pessoas atuando na ajuda às vítimas, com 41 aeronaves e 340 embarcações, além de 3.466 viaturas.
Dados reunidos pela Secretaria de Comunicação, a partir de informações enviadas pelas secretarias do Meio Ambiente e Infraestrutura, de Logística e Transportes, e da Educação também forma atualizados nesta manhã. O nível das águas do Guaíba está em 4,71 metros, e o do rio dos Sinos, em 6,13 m. O rio Gravataí, em Passo das Canoas, está em 5,89 metros, enquanto o rio Taquari, em Muçum, atinge 4,85 metros. O rio Uruguai segue com águas a 11,76 metros, sendo nível de inundação 8,50 metros. A Lagoa dos Patos, em Laranjal, tem águas a 2,25 metros, sendo o nível de inundação em 1,50 metro. A companhia CEEE Equatorial informa que 163.313 pontos estão sem energia elétrica. O número corresponde a 9,06% dos clientes. A Corsan informa que 385.361 clientes estão sem abastecimento de água.
A telefonia celular segue com funcionamento prejudicado. A Tim tem nove municípios sem serviço de telefone e internet, enquanto a Vivo anuncia 16 cidades sem cobertura. A Claro tem problema e um município. Ao todo, 976 escolas, de 240 municípios do Estado estão afetadas, seja por instalações danificadas ou alagadas, porque estão servindo de abrigo ou por problemas de acesso e transporte, afetando 338.744 estudantes. São 444 escolas danificadas, com 184.716 estudantes matriculados, e 74 servindo de abrigo. As aulas foram retomadas em Uruguaiana, Osório, Erechim, Palmeira das Missões, Três Passos, São Luiz Gonzaga, São Borja, Ijuí, Caxias do Sul, Santa Cruz do Sul, Passo Fundo, Santa Maria, Cruz Alta, Bagé, Santo Angelo, Bento Gonçalves, Santa Rosa, Santana do Livramento, Vacaria, Soledade e Carazinho. Em Pelotas e Rio Grande, as aulas estão suspensas até esta sexta. Porto Alegre, São Leopoldo, Estrela, Guaíba, Cachoeira do Sul, Canoas e Gravataí seguem sem previsão de retorno do ensino.
O Estado ainda enfrenta danos e alterações no tráfego nas rodovias estaduais gaúchas. Atualmente, são 75 trechos em 47 rodovias com bloqueios totais e parciais, entre estradas e pontes, segundo informações do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), consolidadas com o Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), abrangendo também rodovias concedidas e as administradas pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR).
Chuvas e tempestades
Nesta sexta-feira (10), o Rio Grande do Sul está sob alerta por previsão que inclui fortes chuvas e ventos que podem ultrapassar os 100 km/h em algumas regiões, de acordo com o anunciado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A capital Porto Alegre passa por uma queda brusca na temperatura, com termômetros marcando 15ºC, em contraste significativo em relação aos 30ºC dos dias anteriores. Esta mudança climática traz preocupações adicionais para um estado que já enfrenta desafios devido a enchentes, afetando mais de 87% do território e 435 dos 497 municípios.
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