Moro presta depoimento à PF neste sábado

  • Por Jovem Pan
  • 01/05/2020 19h48 - Atualizado em 02/05/2020 14h00
EDUARDO MATYSIAK/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Manifestantes a favor do ex-ministro e do presidente Jair Bolsonaro aguardam

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro presta depoimento neste sábado (2) no inquérito que apura as acusações feitas por ele contra o presidente da República, Jair Bolsonaro, na superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. O depoimento está previsto para as 14h.

Manifestantes a favor do ex-ministro e do presidente Jair Bolsonaro estão concentrados em frente à PF desde a manhã de hoje. Já houve desentendimentos entre os grupos, incluindo agressões verbais.

O ministro Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal, deferiu nesta sexta (1º), pedido formulado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, e designou três procuradores indicados pela PGR para acompanhar o depoimento do ex-ministro.

Com a designação, acompanharão o depoimento os procuradores João Paulo Lordelo Guimarães Tavares, Antonio Morimoto e Hebert Reis Mesquita. O trio também ficará responsável por acompanhar os demais atos e diligências a serem praticados no inquérito.

Sobre o depoimento

Ao pedir demissão do governo, o ex-ministro sinalizou que a substituição de Maurício Valeixo no comando na PF era uma manobra de Bolsonaro para ter acesso a dados sigilosos de investigações da Polícia Federal – denúncia que deve ser o foco do depoimento.

“Falei ao presidente que seria uma interferência política e ele disse que seria mesmo”, relatou Moro sobre a conversa com Bolsonaro em relação à troca de Valeixo. “O problema não é a questão de quem colocar, é por que trocar e permitir a interferência política na Polícia Federal”, continuou.

Segundo Moro, o presidente queria que Valeixo fosse substituído por alguém da confiança dele e de quem fosse próximo. “O presidente me disse mais de uma vez que queria uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse ligar, colher informações e relatórios de inteligência”, explicou. “Não é o papel da Polícia Federal prestar esse tipo de informação”, defendeu o ex-ministro, citando que nem os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, investigados pela Lava Jato, fizeram isso.

“Ele me disse isso expressamente, pode ou não confirmar, mas não entendi apropriado. Se esse alguém [novo diretor-geral], sendo da corporação e aceitando substituição, não conseguir dizer ‘não’ a uma proposta assim, fico na dúvida se vai dizer ‘não’ em relação a outros temas”, continuou o ex-juiz federal.

Em ocasiões seguintes, Moro afirmou ter provas das acusações. Já o presidente Jair Bolsonaro tem negado todas as denúncias.

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