MP da Bahia denuncia cinco suspeitos por morte de Mãe Bernadete
Líder quilombola foi assassinada com 25 tiros em agosto deste ano
Cinco homens foram denunciados pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) pelo assassinato da líder quilombola Maria Bernadete Pacífico Moreira, conhecida como Mãe Bernadete. O crime ocorreu no dia 17 de agosto e os acusados são acusados de homicídio qualificado por motivo torpe, de forma cruel, com uso de arma de fogo e sem chance de defesa da vítima. A Promotoria afirma que o assassinato foi motivado pela atuação de Mãe Bernadete em conter a expansão do tráfico na região. Segundo as investigações, dois dos acusados invadiram a casa da ialorixá em Simões Filho, região metropolitana de Salvador, e a fuzilaram com 25 disparos. A Promotoria destaca a crueldade do crime. No momento do assassinato, estavam presentes os netos de Mãe Bernadete, Marcelo (7 anos), Ana Flávia (13 anos) e Wellignton (23 anos).
A denúncia foi apresentada à Justiça baiana na última segunda-feira, 13, e inclui os seguintes acusados: Arielson da Conceição Santos, Josevan Dionísio dos Santos (BZ), Sérgio Ferreira de Jesus, Marílio dos Santos (Maquinista) e Ydney Carlos dos Santos de Jesus (Café). Os dois primeiros já estão presos, enquanto Marílio e Josevam estão foragidos. O Ministério Público solicitou a prisão preventiva de Ydney ao denunciar o grupo pelo homicídio. As investigações sobre o caso foram concluídas após a Polícia Civil ouvir mais de 80 pessoas, elaborar 14 laudos periciais e 17 relatórios técnicos e de apuração. A denúncia aponta Arielson e Bz como os executores do crime. Bz teria atirado em Mãe Bernadete após ela se recusar a obedecer uma ordem para se sentar no sofá de sua casa. Arielson admitiu ter matado a líder quilombola e explicou à polícia como o crime ocorreu. A motivação do assassinato está relacionada ao tráfico de drogas, de acordo com o Ministério Público. Os mandantes do crime teriam determinado o homicídio devido à postura ética e corajosa de Mãe Bernadete em conter a expansão do tráfico na região. Marílio, conhecido como “Maquinista”, é apontado como líder do tráfico em Simões Filho, enquanto Ydney, apelidado de “Café”, seria seu braço direito. Ambos são denunciados como mandantes do crime.
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