MPF investiga possível fraude na distribuição do primeiro lote da vacina enviada a Manaus

Órgão quer informações detalhadas da UBS Nilton Lins, onde irmãs médicas foram vacinadas logo após serem efetivadas no Diário Oficial

  • Por Jovem Pan
  • 21/01/2021 19h21 - Atualizado em 21/01/2021 21h34
Reprodução de redes sociais Imagens da imunização das irmãs foram publicadas nas redes

O Ministério Público Federal (MPF) anunciou nesta quinta-feira, 21, que requisitou ao município de Manaus informações para apurar uma possível fraude na destinação do primeiro lote da Coronavac enviado para a vacinação no Amazonas. Nesta quarta-feira, 20, as filhas de uma família de elite da cidade receberam o imunizante pouco após suas efetivações serem publicadas no Diário Oficial. Segundo o MP, a prefeitura de Manaus precisará informar, de forma imediata e urgente, os nomes dos profissionais de saúde já vacinados, a escala de trabalho desses profissionais na UBS Nilton Lins em janeiro e a lista de atendimentos realizados por cada um deles na unidade entre os dias 18 e 19 do mesmo mês.

O MPF também requisitou, em um prazo de 12 horas, o envio da lista do sistema e-SUS de todos os pacientes atendidos na UBS Nilton Lins no mesmo período, com a indicação dos médicos que realizaram o atendimento e as cópias dos prontuários médicos dos mesmos dias em que apareça o nome do paciente e do responsável. As médicas Gabrielle Kirk Maddy Lins e Isabelle Kirk Maddy Lins, que publicaram fotos e vídeos da vacinação, também foram notificadas e serão ouvidas pelo órgão como investigadas.

Relatos públicos de vacinação estão liberados

O Ministério Público também determinou que o prefeito de Manaus, David Almeida, não reprima os servidores públicos que postarem fotos ou vídeos sendo vacinados. Na última terça-feira, 19, o político realizou uma live em sua página do Facebook anunciando uma portaria que proibia a divulgação em redes sociais do momento da vacinação dentro das unidades de saúde. Ele precisará fazer um novo vídeo, dentro de 25 horas, informando a permissão aos servidores para  divulgarem a própria imunização, desde que as postagens não contenham cunho ofensivo ou criminoso ou que viole a intimidade de outras pessoas.

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