MPF pede revogação de documentos do Ministério da Saúde que recomendam kit covid
Nota técnica e portaria foram assinadas pelo secretário da pasta Hélio Angotti Neto; prazo para posicionamento será de dez dias
O Ministério Público Federal (MPF) recomendou a revogação de uma nota técnica e uma portaria publicadas pela Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos (SCTIE) em Saúde do Ministério da Saúde, por considerar que os documentos apontam o ‘kit covid’ como eficaz no combate à Covid-19 e que as vacinas não funcionam. De acordo com a recomendação assinada pela procuradora da República Luciana Loureiro, a nota e a portaria contrariam “temas já pacificados pela comunidade científica” e que não há mais dúvidas quanto à ineficácia de cloroquina e ivermectina para pacientes com a doença. Os documentos foram assinados por Hélio Angotti Neto, titular da SCTIE. A secretaria terá dez dias para se posicionar quanto à recomendação do MPF.
A recomendação avisa que o secretário não pode ignorar alertas técnicos, podendo cometer falha ética ou mesmo improbidade administrativa, e relembra que diversas entidades médicas se manifestaram contra as notas da SCTIE publicamente. “Indicação indiscriminada de medicamentos ineficazes implica no dispêndio ilegal de verbas pelo governo federal e que, é dever de Hélio Angotti, na qualidade do cargo que ocupa, garantir que não hajam gastam públicos na aquisição de remédios ineficazes contra a doença”, diz o documento do MPF. Em outro ponto, o órgão solicitou que sejam publicadas as Diretrizes Brasileiras para Tratamento Medicamentoso Ambulatorial do Paciente com Covid-19, elaboradas por especialistas convocados pelo Ministério da Saúde e aprovadas pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), com a intenção de que os profissionais da saúde possam ser guiados por orientações unificadas baseadas “no melhor conhecimento científico”. A Conitec reprovou o uso hospitalar do kit covid em junho do ano passado.
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