Na cidade de São Paulo, 64% dos casos de variantes da Covid-19 são de Manaus

Secretaria de Saúde alterou protocolos na tentativa de evitar que pessoas cheguem ao atendimento já em estado grave

  • Por Jovem Pan
  • 26/03/2021 11h57 - Atualizado em 26/03/2021 19h51
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EDUARDO VALENTE/ISHOOT/ESTADÃO CONTEÚDO - 01/03/2021 Médicos dentro de unidade de tratamento intensivo Variantes do Reino Unido (B.1.1.7) foi responsável por 6,8% das infecções; todas as regiões do município foram afetadas

A Prefeitura de São Paulo anunciou, nesta sexta-feira, 26, que está monitorando os casos da Covid-19 na cidade. Após 92 amostras serem analisadas, foram identificados 73 casos provenientes de variantes do Sars-CoV-2. Deste número, 52 representavam mutações de preocupação e 21 outras linhagens. A variante de Manaus (P1) dominou o cenário, representando 64,4% desses casos após a primeira ocorrência em 22 de fevereiro. A do Reino Unido (B.1.1.7) foi responsável por 6,8% das infecções.

Todas as regiões do município foram afetadas. Na ordem: Zona Norte, com 10 casos; Zona Leste, com 9 casos; Zona Sudeste, com 9 casos; Zona Oeste, com 8 casos; Centro, com 7 casos; e Zona Sul, com 4 casos. De acordo com gráficos apresentados, a situação da pandemia hoje mostra um crescente número de notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nas últimas semanas. Na 9ª semana epidemiológica de 2021 foram registrados 5.217 casos de SRAG — número equivalente ao notificado na 20ª semana do ano passado.

Além disso, aumentou o número de casos de Covid-19 na faixa etária de 20 a 54 anos, que procuram o sistema de saúde quase sempre com os sintomas em estado avançado. Cerca de 30% dos casos de suspeita de síndrome gripal entram na rede municipal pela urgência ou emergência, através de UPA, PS, PA e AMA, entre o quinto e sexto dia dos sintomas. Desses, 30% são hospitalizados com uma média de internação de 9,3 dias. E 35% vão para a UTI, onde ficam cerca de 8,8 dias.

Por conta disso, a Secretaria Municipal de Saúde anunciou uma mudança de protocolo de atendimento dos casos de Covid-19. A ordem agora é procurar a unidade de saúde o mais rápido possível, logo que detectados os primeiros sintomas, onde será realizado um monitoramento na tentativa de diminuir os casos que já chegam em estado grave. No primeiro dia serão coletados o exame RT-PCR, hemograma, proteína C reativa, DHL, ferritina e triglicerídeos, além da avaliação médica. No sexto dia, o paciente será reavaliado e passará pelos mesmos exames. Se a saturação do paciente for maior que 94, a UBS fornecerá um oximêtro para que o número seja monitorado diariamente em casa. Caso a saturação seja menor que 94, ele deve retornar até a unidade para nova avaliação.

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