Governo de SP anuncia ButanVac, primeira vacina nacional contra Covid-19

Dados serão submetidos à Anvisa ainda hoje para que os estudos clínicos comecem já em abril

  • Por Jovem Pan
  • 26/03/2021 08h12 - Atualizado em 28/04/2021 20h09
ANTONIO MOLINA/ZIMEL PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO ZIM20210326002 - 26/03/2021 - 08:53 Homem olhando para frente com microfone e caixa na mão Hoje o Butantan é parceiro do laboratório chinês Sinovac na produção da CoronaVac, mas a capacidade de produção é limitada

O governador do Estado de São Paulo, João Doria, ao lado do diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, anunciou a primeira vacina contra Covid-19 desenvolvida e produzida nacionalmente. A entidade vai pedir ainda nesta sexta-feira, 26, autorização da Anvisa para dar início aos testes da fase 1 e 2 da Butanvac, como o imunizante foi batizado, já em abril. As doses que vão ser aplicadas neste primeiro momento já estão prontas. Essa etapa, que vai ser feita com 1,8 mil voluntários, busca garantir a segurança e a capacidade de promover resposta imune contra o vírus. A fase 3, que mede a eficácia e deve contar com até 9 mil voluntários, só pode ser realizada posteriormente. De acordo com Doria, os testes pré-clínicos se mostraram extremamente promissores.

O governador destacou que o desenvolvimento e produção da Butanvac não altera em nada o cronograma da CoronaVac. Dimas Covas completou dizendo que os estudos começaram há exatamente um ano, em 26 de março de 2020, e a tecnologia a ser usada é igual a da vacina da gripe, amplamente conhecida pela comunidade científica e mais barata. Isso talvez possibilite, por exemplo, que menos doses sejam suficientes para imunizar a população. A nova vacina será protocolada no sistema da Organização Mundial de Saúde ainda nesta sexta e os testes serão feitos com pessoas que ainda não foram incluídas no Plano Nacional da Imunização (PNI). Covas também afirmou que os testes já serão feitos com proteção para a variante P1 de Manaus. O Butantan firmou o compromisso de fornecer o imunizante, além do Brasil, para países de média e baixa renda.

Hoje o Instituto é parceiro do laboratório chinês Sinovac na produção da CoronaVac, mas a capacidade é limitada — assim como a Fiocruz, em relação à vacina da Oxford/AstraZeneca. No caso da Butanvac, o Instituto paulista será o principal desenvolvedor do consórcio — o que o dá o direito de produzir cerca de 85% do total das doses. Os testes clínicos também serão feitos nos dois outros países participantes do consórcio: Vietnã e Tailândia. A Butanvac vai usar o vírus inativado em sua composição e, segundo o diretor do Butantan, Dimas Covas, a previsão é que, com os resultados positivos, sejam produzidas 40 milhões de doses ainda esse ano, a partir de maio, para aplicação em julho.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.