Na véspera de votação de denúncia, governo e oposição traçam estratégias
Às vésperas da votação da denúncia contra o presidente da República, Michel Temer, e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral), aliados e oposicionistas traçam estrat&e…
Às vésperas da votação da denúncia contra o presidente da República, Michel Temer, e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral), aliados e oposicionistas traçam estratégias para a votação do parecer apresentado pelo deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG), que recomenda o não prosseguimento da investigação.
Aliados do governo passaram o dia em busca de mais votos para derrubar a denúncia. A expectativa de um dos principais articuladores do governo, deputado Beto Mansur (PRB-SP), é que o parecer de Andrada deverá obter entre 260 e 270 votos favoráveis. Para que seja a denúncia seja rejietada são necessários 172 votos. Governistas também tem pedido a presença dos deputados para garantir o quórum mínimo para a votação e acelerar a conclusão do processo.
Ainda de acordo com Mansur, nos últimos dias o presidente Temer tem ligado e recebido pessoalmente deputados para mostrar a importância da rejeição da denúncia. Nesta noite, está prevista a presença dele em jantar oferecido aos parlamentares na casa do vice-presidente da Câmara, deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG). Uma das estratégias dos aliados é evitar nomear quem são os deputados que votarão com o governo como uma forma de evitar pressões.
Oposição
Enquanto isso, parlamentares da oposição vêm se reunindo para traçar estratégias que possam desgastar os denunciados, principalmente o presidente Temer. Os oposicionistas insistem que caberá ao governo conseguir o quórum necessário no plenário e trabalham para adiar a votação.
Também nesta noite, os líderes de partidos da oposição definirão quais oradores deverão falar na sessão, prevista para iniciar às 9h desta quarta-feira (25). O líder do PSB, deputado Julio Delgado (MG), disse que a ideia é que se inscrevam para debater a denúncia em plenário cerca de 15 deputados. O objetivo é esvaziar a sessão e impedir que o quórum mínimo seja alcançado, isso porque regimentalmente quem usar da palavra terá a presença registrada.
A oposição tem insistido junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) no chamado fatiamento da denúncia. Em diversas ocasiões, o pedido para a análise da denúncia por acusado foi negado na Câmara dos Deputados. Hoje, o ministro Marco Aurélio também negou pedido do PCdoB para que a análise ocorresse de forma desesmembrada.
Em razão da votação, um dos partidos da oposição, o PSB, teve uma baixa de cinco deputados que encaminharam carta à legenda pedindo a desfiliação: Tereza Cristina(MS), Danilo Fortes (CE), Fernando Bezerra (PE), Fábio Garcia (MT) e Adílson Sachetti (MT). Delgado afirmou ainda que o PSB fechou questão a favor da autorização da investigação e que quem votar contra a orientação será punido, podendo ser expulso da sigla. O deputado admite que dos 32 parlamentares, seis ou sete ainda assim votarão contra a orientação partidária.
Denúncia
A denúncia elaborada pela PGR contra o presidente, os ministros e outros peemedebistas é pelos supostos crimes de organização criminosa. Temer também é acusado de obstrução da Justiça. A peça foi apresentada pelo ex-procurador Rodrigo Janot. O parecer do relator Bonifácio de Andrada pela inadmissibilidade da denúncia foi aprovado pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Para que a investigação possa prosseguir no STF, é necessário antes a autorização da Câmara com o voto favorável de, ao menos, 342 deputados.
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