‘Não considero um golpe’, diz Ernesto Araújo sobre 1964
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou nesta quarta-feira, 27, que a intervenção militar de 1964 não foi um golpe. A declaração foi feita na Comissão de Relações Exteriores e Defesa da Câmara dos Deputados.
“Não considero (a intervenção militar) um golpe. Considero que foi um movimento necessário para que o País não virasse uma ditadura. Não tenho a menor dúvida em relação a isso”, defendeu o ministro.
O ministro afirmou que a defesa da democracia é fundamental, mas se negou a responder se o País viveu um ditadura militar entre 1964 e 1985. Ele foi questionado pelo deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) se o período posterior à intervenção – de 1964 a 1985 – poderia ser considerado uma ditadura, mas não respondeu.]
No domingo, o presidente Jair Bolsonaro orientou os quartéis a comemorarem a “data histórica” do aniversário do dia 31 de março de 1964, quando uma intervenção militar derrubou o governo João Goulart e iniciou um regime ditatorial que durou 21 anos. Generais da reserva que integram o primeiro escalão do Executivo, porém, pediram cautela.
Ainda que sem um decreto ou portaria para formalizá-la, a comemoração volta ao calendário das Forças Armadas após oito anos.
A determinação do presidente Jair Bolsonaro gerou repúdio de órgãos ligados à defesa dos direitos do cidadão e medidas para barrar os eventos na Justiça. Nesta terça, a Defensoria Pública da União anunciou que ajuizará ação civil pública para impedir que o 31 de Março, data de início do movimento golpista, seja comemorado nas unidades militares.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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