Novas manchas de óleo surgem no litoral do Rio Grande do Norte

Os pontos mais críticos foram localizados nas praias de Búzios e Tabatinga. Em outras cinco praias do Estado também foram identificados vestígios do óleo que atinge o litoral do Nordeste desde o final de agosto

  • Por Jovem Pan
  • 28/10/2019 16h21
Adema/Governo de Sergipe Novas manchas de óleo surgem no litoral do Rio Grande do Norte. Órgãos atuam na investigação e no monitoramento das manchas que atingem o Nordeste desde o fim de agosto

Novas manchas de óleo foram encontradas em praias do litoral sul do Rio Grande do Norte. De acordo com o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (Idema), os pontos mais críticos foram as praias de Búzios e Tabatinga.

Também foram detectados vestígios de óleo nas Praias do Amor e do Giz, ambas em Tibau do Sul; em Camurupim, no município de Nísia Floresta; e em Pirangi do Norte, em Parnamirim. Ainda segundo o Idema, a Organização não Governamental (ONG) Oceânica identificou, durante mergulhos na área dos Parrachos, em Pirangi do Norte, “pequenas manchas flutuantes” de óleo.

Nota divulgada no final da tarde deste domingo (27) pelo Grupo de Avaliação e Acompanhamento (GAA) do governo federal informou não terem sido encontrados “indícios de novas manchas de óleo chegando à costa”. A expectativa é de que até o final do dia desta segunda-feira (28) um novo levantamento seja apresentado pela Marinha. O GAA pede que a população ligue para o número 185, caso encontre óleo em alguma praia.

Formado por Marinha, Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o GAA conta nesta segunda com a ajuda de oito navios e seis aeronaves atuando nos distritos navais de Salvador, na Bahia, e Recife, em Pernambuco. As ações de monitoramento e limpeza das praias nordestinas conta com a colaboração de 28 equipes do Serviço de Tráfego Aquaviário.

De acordo com o Departamento de Imprensa da Marinha, há aproximadamente 1.940 pessoas envolvidas nas ações desta segunda. Destas, 1.159 são da Marinha, 287 do Exército, 56 do Ibama, 91 do ICMBio e 347 da Petrobras.

Desde o dia 26, o comitê que dá suporte ao monitoramento das manchas de óleo que têm afetado as praias brasileiras está funcionando em Brasília, em vez de no Rio de Janeiro. Segundo a Marinha, a mudança tem, por objetivo, ampliar a capacidade de combate e coordenação.

“A extensão da área afetada, a duração no tempo e as características de dispersão do óleo desse crime ambiental inédito no país exigem constante avaliação da estrutura e recursos empregados. Assim, o aumento do efetivo e dos meios no combate às manchas de óleo e a transferência do GAA para as instalações do Centro de Operações Conjuntas, na sede do Ministério da Defesa, em Brasília, visam ampliar a capacidade de combate e coordenação”, informou o departamento da Marinha.

Em entrevista concedida no último sábado, o almirante de esquadra Leonardo Puntel disse que o governo federal notificou 11 países cobrando esclarecimentos sobre 30 navios mapeados dentro da investigação sobre a origem do vazamento de óleo. A investigação trabalha com a tese de que o responsável teria sido um navio-tanque.

A apuração inicial avaliou 1.500 embarcações e afunilou a análise para 30 veículos marinhos de 11 países. Os 30 navios estão entre os que passaram pela costa do Nordeste no período, identificados por fazerem comunicações por sistemas marítimos. Os investigadores calculam que o vazamento teria ocorrido no mês de agosto, com o óleo chegando às praias no fim daquele mês.

Não está descartada a possibilidade de que o episódio tenha sido causado por embarcações não oficiais, denominadas dark ships. Neste caso, contudo, a apuração será mais complexa e terá de envolver outras fontes de informação, como análise de imagens de satélite.

O Ministério Público do Trabalho informa que o procurador-geral, Alberto Balazeiro, instituiu nesta segunda um grupo de trabalho “para apurar os impactos na saúde e na economia de trabalhadores afetados pelo vazamento de óleo no litoral brasileiro”. O grupo ficará sob a coordenação da procuradora Flávia Bauler.

*Com informações da Agência Brasil

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