Internações por Covid-19 no hospital Albert Einstein crescem após festas e batem recorde na pandemia
São 141 leitos ocupados por portadores da doença – no pico da pandemia, eram 138 pacientes internados; Sírio Libanês também tem alta nos números enquanto HCor relata estabilidade
O número de internações por Covid-19 no hospital Israelita Brasileira Albert Einstein, em São Paulo, bateu recorde nesta semana. São 141 leitos ocupados por portadores da doença nesta quarta-feira, 13. Em abril, no pico da pandemia, 138 pacientes estavam internados por complicações causadas pelo coronavírus. O recorde foi batido na terça-feira, 12, quando 140 leitos estavam ocupados. Segundo o Dr. Sidney Klajner, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, o hospital está com 90% de ocupação de leitos. São 65 leitos divididos entre Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e semi-intensivo, enquanto o restante são leitos de enfermaria em apartamento para os pacientes que não necessitam de cuidados intensivos. O Hospital Sírio Libanês também tem uma taxa de 90% de ocupação. São 177 pacientes internados com suspeita ou confirmação de Covid-19, sendo que 48 estão na UTI.
Em entrevista à Jovem Pan, Klajner disse que, desde meados de novembro, um aumento do número de casos de Covid-19 foi observado, principalmente depois do feriado de finados, em 2 de novembro. “Os números de internação de pacientes portadores da Covid-19 refletiam o abandono das regras de distanciamento social, do uso da máscara, da higienização frequente das mãos. O nosso receio naquele momento era que as celebrações de final de ano pudessem fazer com que esse número aumentasse ainda mais. E, infelizmente, é isso que está acontecendo nesse momento”, lamenta o médico. Apesar do aumento registrado em novembro, no final do ano, o hospital manteve uma estabilidade de 108 pacientes durante 10 dias. Após a virada do ano, o número subiu para 120.
“Hoje são 141 pacientes portadores de Covid-19 [no Albert Einstein] internados mostrando uma tendência de incremento, especialmente pela população que, durante as festas e celebrações de natal e de ano novo, aumentaram o número de ocupação de hotéis, o número de viagens e de festas, de encontros e isso está sendo refletido por uma transmissão maior da doença e um risco maior da população de alto risco ser contaminada pelos jovens que voltaram das viagens, das festas e das celebrações”, afirmou Klajner. Ele ressalta, no entanto, que a esperança em torno do imunizante não pode resultar em um abandono das medidas de segurança. “No início de dezembro, nós batemos 102% de ocupação por causa de pacientes no pronto atendimento aguardando suas internações”, contou. Para evitar que a marca de 100% seja alcançada mais uma vez, o hospital tem evitado absorver pacientes de outros estados.
No HCor, o número de pacientes internados por Covid-19 nesta quarta é de 74, sendo 73 confirmados e 1 suspeito. Desses, 50 estão em enfermaria e 24 na UTI. Segundo o hospital, o número de pacientes tem se mantido estável nos últimos 14 dias. O gráfico de média móvel de internações de pacientes com diagnóstico confirmado no HCor mostra que, desde 15 de novembro, o número de pacientes vem aumentando. O gráfico se mantém estável a partir de dezembro de 2020, mas o número de internações é o mais alto desde junho de 2020. Dr. Sidney Klajner fez um alerta: agora, 10 dias após a virada do ano, os casos com sintomas mais intensos da doença vão começar a aparecer e, consequentemente, as internações vão aumentar. “Os números estão mostrando. A capacidade dos sistemas de saúde tem se esgotado em todos os países. Alguns países, inclusive, adotaram lockdown tão rígido quanto foi no começo da pandemia por causa do sistema de saúde exaurido. É o que vai acontecer novamente com o Brasil caso a gente continue com adotando as práticas de encontro, de viagem e de socialização”, aponta Klajner.
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