‘O grande inimigo do meio ambiente é a pobreza’, afirma Guedes em Davos
O ministro da Economia Paulo Guedes afirmou nesta terça, 21, durante o painel “Shaping the Future of Advanced Manufacturing”, que abordou a inovação no Fórum Econômico Mundial, que o grande inimigo do meio ambiente é a pobreza. “Destroem porque estão com fome”, justificou.
No mesmo evento, ele defendeu o uso de defensivos agrícolas para que a produção de alimentos seja feita em maior escala. “Isso é uma decisão política, que não é simples, é complexa”, comentou. Guedes disse também que o ser humano busca sempre uma vida melhor, mas ressaltou, porém, que “somos animais que escapamos da natureza”.
Para o ministro, o Brasil está criado um ambiente melhor para os negócios, e é hora de capacitar as pessoas para que elas consigam se inserir neste novo mercado de trabalho. “Num país como o Brasil, que está um pouco atrás (em relação às inovações), temos um pouco de preocupação”, afirmou, acrescentando que a primeira ação a ser feita é acabar com os “obstáculos”.
Os centros criados pelo país para aproximação com o Fórum Econômico Mundial – um, ligado à promoção da educação, da pesquisa acadêmica e a ligação com as pessoas de negócios e o outro, acelerador de qualificações – também foram lembrados por Paulo Guedes. “Há habilidades para ampliar como as coisas estão se colocando no mundo. Estamos aderindo ao comitê do Fórum e basicamente trazendo pessoas que estão na fronteira”, comentou.
Ele acredita que o Brasil precisa se integrar ao processo descentralizado pelo qual passa a inovação no mundo. “Para um País como o Brasil é ainda mais crucial, pois precisamos ter a certeza de que teremos um ambiente de negócios, acadêmico, que permita conhecimento”, salientou. “Nós temos escala, agora precisamos investir em educação. Podemos atingir isso se tivermos educação e mais conexões”, completou.
Guedes também citou que, ao contrário do que os americanos dizem, foi o Brasil que criou o avião, pelas mãos do inventor Santos Dumont.
Globalização
No painel, Paulo Guedes avaliou que o País está para trás no acompanhamento das modernidades do mundo. “Perdemos a grande onda da globalização e da inovação, então essa mudança vai levar um tempo (para ocorrer no Brasil), mas estamos a caminho”, afirmou.
O ministro fez um trocadilho com um neologismo em inglês sobre o futuro da indústria no mundo. “O futuro da manufacture (indústria, que tem origem na palavra mão em Latim) será a mindfacture (uma expressão que funde as palavras mente e indústria)”, afirmou. De acordo com ele, o principal será alertar os trabalhadores sobre a necessidade de uma melhor preparação para o novo mercado de trabalho.
Antes do discurso, Guedes se reuniu com o engenheiro Klaus Schwab, alemão fundador e CEO do Fórum Econômico Mundial, a qual ele classificou como “muito positiva”. “Dissemos a ele que queremos estreitar o relacionamento do Brasil com o Fórum Econômico Mundial. Queremos lançar pelo menos umas três iniciativas”, declarou.
* Com informações do Estadão Conteúdo.
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