Obras no trecho norte do Rodoanel devem ser concluídas em 2023 e vão custar mais R$ 1,5 bi

Gestão do governador Geraldo Alckmin tinha estimado término para 2016 com orçamento de R$ 9 bilhões; valor total pode chegar a R$ 11,5 bilhões

  • Por Jovem Pan
  • 09/09/2020 17h02 - Atualizado em 10/09/2020 09h54
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Governo do Estado de SP/Eduardo Saraiva/A2IMG rodoanel-norte-Eduardo Saraiva-A2IMG Trecho norte do Rodoanel deve ter obras concluídas em 2023

O trecho norte do Rodoanel deve ter suas obras retomadas nas próximas semanas depois de mais de dois anos paralisadas e envolvidas em uma série de investigações do Ministério Público e da Polícia Federal. O anúncio foi feito pelo governador de São Paulo, João Doria (PSDB), nesta quarta-feira (9). Ele também afirmou que o novo edital para a conclusão do projeto será publicado nesta quinta-feira, dia 10. As obras não ficarão mais prontas até o término do atual mandato de Doria. A previsão é que três dos seis trechos fiquem prontos dentro de 24 meses a partir da assinatura dos novos contratos, o que supera o prazo prometido de dezembro de 2022.

A obra tinha orçamento original, em 2014, de cerca de R$ 9 bilhões (em valores corrigidos) e tinha o término previsto pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB) para 2016. A obra já consumiu cerca de R$ 10 bilhões. Segundo o governo do Estado, o novo edital prevê um gasto extra de mais R$ 1,5 bilhão para a conclusão dos trabalhos. Essa conclusão será um feita em seis lotes. Quando ficar pronto, o trecho terá 44 quilômetros de extensão e fará a ligação entre a Rodovia Presidente Dutra, em Guarulhos e a Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, na zona norte da capital, onde há a conexão com o trecho oeste do Rodoanel, o primeiro a ser concluído, em 2002. Se os novos prazos e custos forem cumpridos, o anel viário ao redor da Grande São Paulo terá levado 19 anos para ser feito, custado R$ 28 bilhões e ficado marcado por desvios que favoreceram autoridades paulistas.

As obras do trecho norte haviam sido paralisadas em uma disputa judicial entre as empresas que tocavam a empreitada anteriormente (Mendes Júnior, Isolux, Corsan, OAS, Acciona, Construcap e Copasa) e o governo do Estado. As empresas cobram o Estado em cerca de R$ 900 milhões por serviços que teriam sido realizados e não foram pagos. Já as empresas e o governo são alvo de investigações de um esquema de superfaturamento nas obras: serviços eram pagos sem terem sido executados e parte dos recursos era desviado. O ex-presidente da estatal Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa) e ex-secretário de Transportes do governo Alckmin Laurence Casagrande Lourenço é um dos 14 acusados de desvios, e chegou a ficar preso em 2018 durante a Operação Pedra no Caminho, da Polícia Federal. As investigações citam desvio de R$ 625 milhões nas obras.

Governo estadual prepara site de transparência

Com a retomada das obras, o governo do Estado prepara o lançamento de um site que mostrará imagens de câmeras de vigilância para mostrar o andamento das obras. A proposta é que a população possa acompanhar a execução dos novos trabalhos, que serão feitos pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER), uma vez que a Dersa foi extinta no ano passado. O site também terá informações de outras 137 obras rodoviárias em andamento em São Paulo.

*Com Estadão Conteúdo

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