Operação histórica da PF prende 40 pessoas em 4 países e apreende 200kg de cocaína
Ação foi considerada a maior do ano no combate à lavagem de dinheiro do tráfico internacional de drogas; Operação Enterprise apreendeu R$ 400 milhões em bens do narcotráfico
A Polícia Federal divulgou nesta quarta-feira, 24, um balanço da Operação Enterprise, deflagrada nesta segunda-feira, 23, em Curitiba, no Paraná, em ação conjunta com a Receita Federal. De acordo com a PF, foram expedidas 215 ordens judiciais, sendo 66 mandados de prisão preventiva e 149 de busca e apreensão. Trinta e sete prisões aconteceram no Brasil, uma no Panamá, uma na Colômbia e uma na Espanha. Foram apreendidos, ainda, 200kg de cocaína, 61 veículos, cinco motocicletas, quatro caminhões e um jetski. A operação bloqueou, também, cerca de R$ 400 milhões em imóveis, carros de luxo, joias e aeronaves — 37 delas foram sequestradas, sendo uma, que se encontra na Europa, avaliada em cerca US$ 20 milhões. Além disso, foram apreendidas 16 armas de fogo, um simulacro e 507 munições; e R$ 1.141.002, US$ 169.352, nove mil euros e 1.120 Dirham (moeda dos Emirados Árabes Unidos).
Essa foi considerada a maior ação do ano no combate à lavagem de dinheiro do tráfico internacional de drogas. A operação também é considerada a maior da história na retenção de cocaína nos portos brasileiros. Participaram, ao todo, cerca de 670 policiais federais e mais 30 servidores da Receita. Segundo a PF, os criminosos utilizavam “laranjas” e empresas fictícias para operar o esquema de lavagem de bens e ativos multimilionários no Brasil e no exterior. De acordo com a polícia, como continuidade das ações de cooperação internacionais, foram expedidas “difusões vermelhas na Interpol para a prisão de oito investigados que estão no exterior, bem como a identificação e sequestro de bens em outros países”, também desdobramentos da Operação Enterprise, cujo nome faz alusão à dimensão da organização criminosa investigada, que atua como um grande empreendimento internacional na lavagem de dinheiro e exportação de cocaína, o que “trouxe alto grau de complexidade à investigação policial”.
O chefe do escritório de pesquisa e investigação da 9ª região fiscal, Edson Shinya Suzuki, citou a importância da operação conjunta entre a Receita Federal e a Polícia Federal para combate as organizações criminosas que “estão cada vez mais especializadas”. “Atuando nos moldes que temos visto de corrupção, utilizando de empresas de fachada, laranjas, esquemas complexos de lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio. Isso tem demandado um esforço cada vez maior nas nossas equipes, no sentindo de agregar colegas para fazer um trabalho mais preciso e mais complexo para identificar e tratar essas organizações. O trabalho conjunto é a chave de todo o sucesso”, disse Suzuki, em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 23, lembrando dos mais de dois anos da investigação conjunta, iniciada após uma apreensão no porto de Paranaguá, em setembro de 2017.
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