Padre Júlio Lancellotti diz que há ‘conspiração’ contra Pastoral de Rua

“O que é interessante é que os que atacam não conhecem a história, não sabem tudo o que foi vivido”, disse

  • Por Jovem Pan*
  • 21/12/2025 15h38
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WERTHER SANTANA/ESTADÃO CONTEÚDO Júlio Lancellotti na Igreja de São Miguel Arcanjo, na capital paulista SP - CPI/ONGS/SP/PADRE JÚLIO LANCELLOTTI/ARQUIVO - GERAL - Foto de arquivo de 09/01/2020 do padre Júlio Lancellotti na Igreja de São Miguel Arcanjo, na capital paulista. A Câmara de São Paulo deve abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as organizações não governamentais (ONGs) que atuam na Cracolândia, na região central de São Paulo. As assinaturas necessárias já foram recolhidas. O autor da proposta, vereador Rubinho Nunes (União), prevê que a comissão será instaurada em fevereiro, após o recesso parlamentar. Segundo ele, o pároco será um dos principais alvos da CPI das ONGs. 09/01/2020

Em sua primeira missa dominical após ser proibido pela Arquidiocese de São Paulo de transmitir o rito na internet, o Padre Júlio Lancellotti disse neste domingo (21) que as ações da Pastoral de Rua, que atende a pessoas em situação de rua, estão sendo vítimas de conspiração.

“Eu não sei o que é que vai acontecer nas próximas semanas, porque, assim como nós nos juntamos para dizer que somos irmãos, muitos se juntam também para conspirar contra. Assim como nós nos juntamos para rezarmos juntos, outros se juntam para conspirar, para fazer formas de destilar o seu ódio”, disse o padre ao final da missa, após listar uma série de atividades desenvolvidas pela pastoral.

“O que é interessante é que os que atacam não conhecem a história, não sabem tudo o que foi vivido”, acrescentou, em outra parte de sua fala.

O religioso lembrou das ações sociais desenvolvidas no Centro Santa Dulce, na Casa Santa Virgínia, e na Casa Nossa Senhora das Mercês. “Quem quer saber o que é feito é só visitar os trabalhos. É só ir para uma das casas”, disse.

“O pão que é feito na padaria, que é mantido pela doação de todos ─ e se faz, ali, 2 mil pães, que são divididos em muitos lugares e aqui também ─, nada disso é custeado pelo poder público e por nenhuma outra instância. É a boa vontade de todos”, acrescentou.

Padre Júlio voltou a defender grupos discriminados, como os moradores de rua, os sem terra, os povos indígenas, os negros, os palestinos, e as mulheres.

“Até o fim, nós estaremos com aqueles que lutam pela terra, pelos povos indígenas, pelas mulheres, pelos negros, por todos os que são discriminados, pela Palestina livre. Mesmo que em alguns momentos sejamos diminuídos, alvejados e feridos, mesmo machucados e sangrando, nós amaremos até o fim”, destacou.

Apesar da proibição de o religioso utilizar as redes sociais, a Rede Jornalistas Livres transmitiu ao vivo, pelo Instagram, a missa do padre Júlio neste domingo.

A Arquidiocese de São Paulo foi procurada pela Agência Brasil durante a semana, mas não se manifestou.

*Agência Brasil

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