Para Meirelles, eleição não ameaça reformas
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse nesta quinta-feira (16), não acreditar que a disputa eleitoral de 2018 será uma ameaça para as reformas que o governo do presidente Michel Temer quer aprovar ainda neste ano – da Previdência, trabalhista, tributária e na área da educação.
“A maioria dos (possíveis) candidatos é de centro ou de centro-direita e eles são favoráveis às reformas”, afirmou Meirelles, ao ser questionado sobre o tema durante a Conferência do Instituto Internacional de Finanças (IIF) sobre o G-20, em Frankfurt, na Alemanha.
Doria
Ao falar sobre os candidatos que aparecem mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto, o ministro da Fazenda citou o nome do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB). “Ele está subindo muito forte”, disse. Meirelles também mencionou a eventual candidatura de um “militar controverso” na corrida presidencial de 2018, referindo-se ao deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ).
O nome do próprio titular da Fazenda, filiado ao PSD e considerado o “pai do ajuste fiscal” proposto pelo governo, também aparece entre os possíveis candidatos na disputa à Presidência da República.
O ministro falou ainda sobre uma possível candidatura ao Palácio do Planalto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2018. “Claro que o PT do Lula fala contra a reforma. Ele (Lula) falou em São Paulo ontem (anteontem); foi uma das coisas que ele falou”, disse Meirelles.
“Moderado”
O ministro, no entanto, avaliou que, mesmo na hipótese de o petista vencer o pleito em 2018, dificilmente haverá impacto na reforma da Previdência, por exemplo. Isso porque o ex-presidente, de acordo com Meirelles, tem um histórico de “moderação”. O atual ministro de Temer foi presidente do Banco Central durante o mandato de Lula como presidente, de 2003 a 2010.
Na quarta-feira, durante manifestação em São Paulo organizada por centrais sindicais contra reformas do governo Temer, Lula disse que tentam “enfiar goela abaixo do povo uma reforma que vai impedir a aposentadoria de milhões”. “É preciso parar com essa bobagem de cortar. É preciso parar com essa bobagem de vender as nossas empresas estatais”, afirmou.
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