Parlamentarismo não é para salvar Dilma, diz senador do PSB

  • Por Agência Estado
  • 16/03/2016 18h43
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Brasília- DF 11-03-2016 Presidenta, Dilma e ministro, Aloizio Mercadante, durante coletiva. Palácio do Planalto Foto Lula Marques/Agência PT Lula Marques / Agência PT Dilma Rousseff

O senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), autor do pedido de criação de uma comissão especial para discutir a adoção do regime parlamentarista, disse em entrevista à reportagem que o objetivo da proposta não é “salvar” o mandato da presidente Dilma Rousseff. Segundo Valadares, que também tem uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê a mudança de regime de governo, a medida deveria ser implementada, caso seja aprovada pelo Congresso e passe por um referendo popular, para as eleições de 2018.

Na terça-feira, 15, após ter sido pressionado por integrantes da oposição em plenário, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), decidiu recuar e afirmou que não vai instalar ao menos por ora a comissão especial. Conforme mostrou o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, na segunda-feira, 14, Renan decidiu articular a votação de uma proposta que reduziria os poderes da petista para governar em troca de ela se manter no cargo.

“Qualquer solução (para a atual crise) que não seja do atual contexto previsto na Constituição é casuística. Estou tratando do assunto com seriedade, querendo resolver com o futuro. É contraproducente (essa discussão agora), não vai dar um bom resultado, o próprio Congresso nem aprova e ainda tem que ter um referendo”, afirmou Valadares.

Para Valadares, não se pode se valer de um casuísmo de usar o parlamentarismo para tentar solucionar uma crise como ocorreu na presidência de João Goulart (1961-1964).

O senador José Serra (PSDB-SP), outro entusiasta do parlamentarismo, também defendeu que a proposta seja aprovada para valer para as eleições de 2018, para valer para o próximo presidente. Para ele, o presidencialismo que se tem hoje é um “fracasso”. “Sem dúvida nenhuma, seria a melhor forma para o Brasil a longo e médio prazo. Não se trata de ter isso hoje”, avaliou.

Aliado de Renan, Serra reconheceu que, diante da conjuntura política, o presidente do Senado entendeu que o melhor é passar o tempo para instalar a comissão futuramente.

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