Pazuello defende vacina de Oxford: ‘Melhor decisão que o governo poderia ter tomado’

Segurança do imunizante está sendo questionada após problemas de coagulação no sangue de alguns indivíduos vacinados

  • Por Jovem Pan
  • 17/03/2021 14h00
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WALLACE MARTINS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO- 16/03/2021 O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, parado de lado, usando máscara O ministro Eduardo Pazuello será substituído pelo cardiologista Marcelo Queiroga

O ainda ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, defendeu nesta quarta-feira, 17, a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a AstraZeneca. Na última semana, Espanha, AlemanhaFrança e Itália anunciaram que vão parar de administrar as doses do imunizante após problemas de coagulação no sangue de alguns indivíduos vacinados. Anteriormente, IrlandaIslândiaBulgária e Holanda já tinham paralisado o uso desse imunizante, enquanto Áustria, EstôniaLetôniaLituânia e Luxemburgo retiraram um lote específico de circulação. Nesta quarta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou a manutenção das campanhas de vacinação que utilizam o agente imunizante. “Foi uma decisão audaciosa tomada em julho do ano passado. Nós não tínhamos toda a visão do que ia acontecer em frente. Mas, com base na expertise da equipe da Fiocruz e com a expertise da equipe do nosso ministério, nós tomamos uma decisão audaciosa de comprar uma vacina ainda em desenvolvimento”, disse Pazuello em coletiva de imprensa após a entregas das doses da vacina desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

“Para a decisão, usou-se a análise das instituições e hoje fica claro que foi a melhor decisão que o governo poderia ter tomado. A decisão foi do governo brasileiro como um todo. Envolveu a área econômica, a Fiocruz, a equipe do Ministério Saúde. As pessoas não compreendem o que é a tomada de uma decisão, em julho, de algo que você vai ter na mão para combater a pandemia e salvar vidas no outro ano. É difícil passar essa ideia”, disse o ministro. Pazuello foi questionado sobre a falta de um cronograma de entrega de doses aos Estados. Segundo ele, há duas situações distintas no Brasil. “Um fabricante, o Instituto Butantan, já está com a sua fabricação estabilizada e com datas de entrega garantidas e quantidades programada. Isso facilita a nossa posição, mas a Fiocruz ainda dependia do registro e da finalização da documentação necessária para fazer a entrega”, explicou. A partir desta quarta, as entregas serão semanais, assegurou Pazuello. De acordo com o diretor de Bio-Manguinhos, Maurício Zuma, a expectativa é entregar 6 milhões de doses por semana e deve seguir nesse ritmo até entregar concluir 100,4 milhões doses até julho de 2021. As instalações para a produção do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) já estão quase prontas e a produção de lotes experimentais deve ser iniciada em maio.

Arnaldo Medeiros, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, também entrou em defesa da vacina. Conforme explicado pelo secretário, o ministério tem estabelecido um programa extremamente atento a todos os eventos adversos pós-vacinais. “Nossas secretarias, nosso programas de imunização, que são constituído por 38 mil salas, tem um programa específico para notificação de eventos adversos. Toda vacina que nosso programa distribui ao país, é uma vacina que é controlada e registrada pela Anvisa. A primeira grande notícia que temos que dizer é que esse ministério tem total controle e segurança do imunizante que ele distribui”, explicou. “Dessa forma, a população brasileira pode ficar tranquila em relação a todo imunizante que o PNI distribui’, disse Medeiros. Também foi lembrado durante a coletiva que a vacina da AstraZeneca tem uma eficácia altíssima contra o coronavírus e contra as novas variantes. “Os benefícios já mostrados em estudos de efetividade já demonstram uma redução drástica de hospitalização, como é o caso já apontado na Escócia e no Reino Unido, que são países que empregaram largamente essa vacina. O Brasil não está sozinho, nem a Fiocruz, são recomendações internacionais”, apontou Nísia Trindade Lima, presidente da Fiocruz.

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