Pedro Corrêa diz que não recebeu propina e admite ter apoiado nomeação de Paulo Roberto

  • Por Agência Câmara Notícias
  • 12/05/2015 17h14
CURITIBA, PR, 12.05.2015: CPI-PETROBRAS - CPI da Petrobras ouve o ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), na sede da Justiça Federal em Curitiba (PR), nesta terça-feira (12). (Foto: Geraldo Bubniak/AGB/Folhapress) Folhapress Ex-deputado Pedro Corrêa depõe na CPI da Petrobras

O ex-deputado Pedro Corrêa, apesar de avisar que permaneceria calado durante interrogatório da CPI da Petrobras em Curitiba (PR), disse que nunca recebeu qualquer repasse ilícito de Alberto Youssef.

De acordo com Pedro Correa, o esquema de desvio de recursos da Petrobras só começou em 2006, quando ele já não era mais deputado. “Se fosse verdade o conteúdo das delações premiadas do Paulo Roberto Costa e do Alberto Youssef eu teria algo entre R$ 21 e R$ 25 milhões. Onde está este dinheiro?”, disse Corrêa ao responder pergunta do deputado Ivan Valente (Psol-SP).

“Eu sei onde está”, contestou Valente. “O senhor foi presidente de partido (PP), o senhor faz política, o senhor repassou o dinheiro para os deputados do seu partido”, concluiu. E leu trechos de depoimentos que mencionavam repasses para vários deputados do PP, inclusive a filha de Pedro Corrêa, a ex-deputada Aline Corrêa.

“Minha filha só foi eleita da primeira vez por conta da votação de Paulo Maluf e Celso Russomanno em São Paulo”, disse Pedro Corrêa. E completou: “Eu não tenho mandato desde 2006 e como é que podem dizer que eu continuei a receber dinheiro? Político sem mandato não tem influência, o senhor sabe”, disse o ex-parlamentar.

“Tem sim. O Lula”, rebateu o deputado Delegado Waldir (PSDB-GO). “Como o Lula tem influência? Tanto não tem influência que querem botar ele na cadeia e só não fazem isso porque não tem coragem, se não vai acontecer o que aconteceu na época da morte do Getúlio Vargas: as pessoas vão para a rua”, disse Corrêa.

Apoio a Paulo Roberto 

Pedro Correa admitiu ter conhecido o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. “O senhor o apoiou para ser nomeado?”, perguntou Valente. “Eu o apoiei para ser nomeado para outra empresa, a TBG, e depois ele se credenciou para ir para a Petrobras”, respondeu Corrêa.

O ex-deputado negou que o PP ameaçou sair da base aliada caso Paulo Roberto Costa não fosse nomeado. Segundo Correa, na época o líder do PP era o deputado José Janene – apontado por Alberto Youssef como o principal nome do esquema de desvio de dinheiro da Petrobras por meio do pagamento de propina por empresas contratadas.

“O presidente Lula nomeou Paulo Roberto Costa por pressão do PP?”, perguntou o deputado Izalci (PSDB-DF). “Quem nomeia é o Conselho Administrativo da Petrobras. O governo só indica”, respondeu Corrêa.

A reunião para ouvir o ex-deputado continua no auditório do Foro da Seção Judiciária do Paraná.

Até agora, a CPI já ouviu a doleira Nelma Kodama e René Pereira (condenado por tráfico de drogas e ligado ao doleiro Alberto Youssef). Os ex-deputados André Vargas e Luiz Argôlo preferiram ficar calados. Ainda devem ser ouvidos hoje o doleiro Carlos Habib Chater e o publicitário Ricardo Hoffmann (acusado de pagar propina para André Vargas).

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