PF prende secretário de Administração Penitenciária do RJ por suspeita de negociações com o Comando Vermelho

De acordo com as investigações, servidores da secretaria faziam acordo com os presos em troca de influência sobre os locais de domínio do tráfico no Estado

  • Por Jovem Pan
  • 17/08/2021 14h43 - Atualizado em 17/08/2021 19h30
ANDRE MELO ANDRADE/IMMAGINI/ESTADÃO CONTEÚDO - 18/11/2020 Policial Federal de costas durante operação A operação, batizada de Simonia, foi deflagrada pela PF e pelo Ministério Público Federal (MPF)

A Polícia Federal prendeu na manhã desta terça-feira, 17, o secretário de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, Raphael Montenegro, e outros dois servidores por suspeita de negociações com o Comando Vermelho (CV). A operação, batizada de Simonia, foi deflagrada pela PF e pelo Ministério Público Federal (MPF) e apura um esquema criminoso estabelecido na cúpula da Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP). Foram cumpridos mandados de prisão e busca e apreensão na capital fluminense, em Nova Iguaçu e Duque de Caxias. De acordo com as investigações, Montenegro atuou para beneficiar a atuação do CV no Estado e realizou diligências para viabilizar o retorno de membros da facção criminosa na penitenciária federal de Catanduvas, no Paraná, para o Rio de Janeiro.

A PF afirma que a cúpula da Seap prometia esforços para viabilizar o retorno dos presos ao Rio de Janeiro em troca de influência sobre os locais de domínio do tráfico. Foram identificadas gravações das reuniões do secretário com os presos, realizadas com autorização judicial, em que houve uma série de acordos informais. Ainda segundo a PF, servidores da Seap facilitavam a entrada de pessoas e itens proibidos em unidades prisionais estaduais, tendo, inclusive, realizado a soltura irregular de um criminoso que tinha mandados de prisão pendentes. “Há suspeitas de que as tentativas de acordo identificadas na penitenciária de Catanduvas sejam continuidade de um esquema que já existe no sistema prisional do Rio de Janeiro, notadamente em relação a outros membros do Comando Vermelho”, diz o MPF. A Jovem Pan entrou em contato com a Seap e aguarda retorno.

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