PGR vai tomar dura decisão, após depoimento da JBS, diz Maia

  • Por Estadão Conteúdo
  • 07/09/2017 12h58
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Brasília - Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, fala com a imprensa sobre a votação do parecer do Conselho de Ética recomendando a cassação do mandato de Eduardo Cunha (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil) Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr "Mas acho que a procuradoria vai tomar a decisão correta", afirmou o presidente da Câmara

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quinta-feira (7) acreditar que, após ouvir os novos depoimentos dos delatores da JBS ainda hoje, a Procuradoria-Geral da República (PGR) vai tomar uma decisão dura “Acho que a decisão do que aconteceu esta semana, ela vai aprofundando as investigações, vai esclarecendo algumas polêmicas nos próximos dias em relação à delação da JBS. Mas acho que a procuradoria vai tomar a decisão correta. A procuradoria tem tomado decisões duras e não tenho dúvida nenhuma que, nesse caso específico, não tenho dúvida que, depois de ouvir os delatores hoje e o ex-procurador amanhã, vai tomar decisão dura como tomou em outros casos”, afirmou Maia, após assistir ao desfile de 7 de setembro, em Brasília.

Maia estava se referindo aos novos áudios que foram revelados em que o executivo Joesley Batista fala sobre uma suposta orientação do ex-procurador Marcelo Miller aos delatores para fechar o acordo com a PGR. Joesley, o diretor da empresa Ricardo Saud e o advogado Francisco Assis estão hoje na sede da PGR prestando depoimento, para esclarecer o teor desses áudios. Amanhã, a PGR vai ouvir o ex-procurador Marcelo Miller.

Questionado se o clima político no País tinha melhorado, após a revelação dessa gravação, que pode causar a revisão do acordo de delação da JBS, Maia disse que, no Brasil, os fatos têm ocorrido de uma forma muito rápida. Na segunda-feira, lembrou Maia, um pouco antes da coletiva do procurador-geral da República, se discutia como ia ser a segunda denúncia da PGR contra o presidente Temer. Em seguida, após a coletiva, o cenário mudou. “Tivemos aquela coletiva que mudou tudo, mudou tudo não, mas pelo menos gerou muita perplexidade em todos. Na terça, o episódio da Bahia (numa referência aos R$ 51 milhões encontrados pela Polícia Federal); na quarta, o depoimento do Palocci (ex-ministro Antonio Palocci). Então, o Brasil é o que eu tenho dito às pessoas quando me perguntam o que estou achando da eleição de 2018: se só em uma semana foram tantos fatos, 2018 ainda faltam 100 anos para chegar”, afirmou.

Maia foi ainda questionado sobre se a segunda denúncia contra o presidente Temer já chegará à Câmara com descrédito. “Nenhuma decisão da PGR tem descrédito. Pode ser aceita ou não como a primeira, mas nenhuma tem descrédito. Nós respeitamos os poderes, o STF, o Poder Executivo, respeitamos a PGR e o Ministério Público. Nada tem descrédito”, afirmou o presidente da Câmara, lembrando, no entanto que os deputados têm a soberania de decidir se aceitam ou não por maioria. “Agora, os deputados podem ter convencimento ou não de que há condições, há necessidade nesse momento ou não de aceitar a denúncia.”

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