Plano de imunização prevê vacinação contra Covid-19 em quatro fases

Após a aprovação do imunizante, primeiras doses serão aplicadas em profissionais de saúde, idosos com mais 75 anos, pessoas com 60 anos ou mais que moram em asilos e instituições psiquiátricas e população indígena

  • Por André Siqueira
  • 01/12/2020 18h54 - Atualizado em 01/12/2020 21h21
EFE/EPA/BIONTECH SE / HANDOUT HANDOUT EDITORIAL USE ONLY/NO SALES Vacina sendo aplicada Estudos da fase 3 foram realizados com 43.661 participantes em diversos pontos do mundo

O Plano Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde prevê que vacinação contra a Covid-19 ocorra em quatro fases. O anúncio foi feito na tarde desta terça-feira, 1º, em nota divulgada pela pasta. Quando o imunizante estiver disponível, as primeiras doses serão aplicadas nos chamados grupos de risco: profissionais de saúde, idosos com mais 75 anos, cidadãos com 60 anos ou mais que moram em asilos e instituições psiquiátricas e a população indígena. “Na primeira fase, devem entrar trabalhadores da saúde, população idosa a partir dos 75 anos de idade, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência (como asilos e instituições psiquiátricas) e população indígena. Em um segundo momento, entram pessoas de 60 a 74 anos. A terceira fase prevê a imunização de pessoas com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da doença (como portadores de doenças renais crônicas e cardiovasculares). A quarta e última deve abranger professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade”, diz o Ministério da Saúde.

As informações constam de um plano preliminar apresentado nesta terça-feira pelo Ministério da Saúde. Ao todo, as quatro fases da campanha somam 109,5 milhões de pessoas imunizadas, em duas doses. De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, ressalta que a estrutura final dependerá das vacinas disponibilizadas. “É importante destacar que o plano que está sendo discutido ainda é preliminar e sua validação final vai depender da disponibilidade, licenciamento dos imunizantes e situação epidemiológica de cada região”, disse. “Todas essas questões serão relevantes, inclusive, para definição final dos grupos prioritários, onde são levados em consideração os critérios de testes realizados por cada laboratório que disponibilizar vacinas”, acrescentou o secretário.

Nesta terça-feira, em coletiva de imprensa, o Ministério da Saúde indicou que a vacina desenvolvida pela Pfizer em parceria com o laboratório alemão BioNTech não deve ser aplicada no Brasil, por exigir condições especiais de armazenamento, como temperaturas de -70ºC. Medeiros disse que o imunizante deve ser “fundamentalmente” termoestável por longos períodos, em temperaturas que variem de 2ºC a 8ºC. “O que nós queremos de uma vacina? Qual o perfil de uma vacina desejada? Claro, que ela confira proteção contra a doença grave e moderada, que ela tenha elevada eficácia, que ela tenha segurança, que ela seja capaz de fazer uma indução da memória imunológica, que ela tenha possibilidade de uso em diversas faixas etárias, e em grupos populacionais. E que idealmente ela seja feita de dose única, embora muitas vezes isso talvez não seja possível, só seja possível em mais de uma dose, mas fundamentalmente que ela seja termoestável por longos períodos, em temperaturas de dois a oito graus. Por quê? Porque a nossa rede de frios, nessas 38 mil salas, é montada e estabelecida com uma rede de frios de aproximadamente 2°C e 8°C”, afirmou.

Também nesta terça, a Pfizer e a Moderna entraram com pedidos de autorização para o uso emergencial de suas vacinas contra o coronavírus na Europa. A solicitação foi feita à Agência Europeia de Medicamentos (AEM), que deve avaliar os imunizantes até 29 de dezembro e 12 de janeiro, respectivamente. Em comunicado, a entidade afirmou que a aprovação depende dos dados apresentados, que devem ser “suficientemente sólidos e completos para mostrar a qualidade, segurança e a eficácia da vacina”. Além disso, a AEM explicou que as avaliações acontecerão em uma velocidade superior à de costume porque a entidade já vinha recendo informações sobre os imunizantes de forma contínua ao longo da pandemia. No entanto, o órgão alertou que os prazos podem mudar.

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