Polícia intima Bonner e Renata a depor após censura sobre esquema de ‘rachadinhas’
Decisão judicial proibiu a TV Globo de divulgar informações a respeito da investigação envolvendo Flávio Bolsonaro; defesa do senador afirma que emissora descumpriu a ordem
Os apresentadores do Jornal Nacional, da TV Globo, William Bonner e Renata Vasconcellos, foram intimados a depor à Polícia Civil do Rio de Janeiro em uma investigação sobre suposta desobediência à decisão judicial que proibiu a emissora de divulgar informações a respeito da investigação do esquema de “rachadinha” envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) enquanto era deputado estadual no Rio de Janeiro. Em 4 de setembro, a juíza Cristina Serra Feijó, da 33ª Vara Cível do Rio de Janeiro, atendeu pedido de Flávio e proibiu a TV Globo de exibir qualquer documento ou peça da investigação. “Não tenho nada a esconder e expliquei tudo nos autos, mas as narrativas que parte da imprensa inventa para desgastar minha imagem e a do presidente Jair Messias Bolsonaro são criminosas”, publicou Flávio nas redes sociais, à época, justificando o pedido de censura.
Na ocasião, a emissora parou de veicular reportagens sobre o tema e classificou a decisão como cerceamento à liberdade de informação, uma vez que a investigação é de interesse de toda a sociedade. A defesa do senador apresentou à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática denúncia de que a emissora teria descumprido a ordem judicial, e o delegado Pablo Dacosta Sartori iniciou investigação sobre suposta “desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito”. Dentro da investigação, na última quarta-feira, 2, determinou que os apresentadores do “Jornal Nacional” sejam intimados a depor na próxima quarta-feira, dia 9, na sede da DRCI, em Benfica (zona norte do Rio). Renata deve depor às 14h e Bonner, às 14h30. Se algum deles não comparecer, segundo a notificação, terá praticado crime de desobediência, punido com detenção de até seis meses e multa. Procurada pela reportagem, a TV Globo informou que “não se manifesta sobre procedimentos legais em curso”.
* Com informações do Estadão Conteúdo
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