Polícia prende 16 suspeitos do desaparecimento dos três meninos de Belford Roxo, no Rio de Janeiro

Há cinco meses, as crianças desapareceram após sairem para jogar futebol em uma favela da cidade da Baixada Fluminense; os traficantes estão envolvidos em casos de tortura, roubo e tráfico de drogas

  • Por Jovem Pan
  • 21/05/2021 12h13 - Atualizado em 21/05/2021 16h16
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WALLACE SILVA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO - 21/05/2021 Imagem de um camburão da polícia com suspeitos do desaparecimento de três meninos de Belford Roxo, no Rio de Janeiro Polícia cumpre 26 mandatos de prisão contra os traficantes do Complexo do Castelar

A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu na manhã desta sexta-feira, 21, 16 suspeitos do desaparecimento de três crianças moradoras de uma favela na cidade de Belford Roxo, na Região Metropolitana do Rio, há cinco meses. Fernando Henrique Ribeiro Soares, de 11 anos, Alexandre da Silva, de 10 anos, e Lucas Matheus da Silva, de 8, sumiram após saírem para jogar bola em um campo de futebol na comunidade no dia 27 de dezembro de 2020. Segundo as investigações, os integrantes de uma facção criminosa que comanda o tráfico de drogas na comunidade Castelar acusaram falsamente uma família pelo sumiço dos meninos para prejudicar o trabalho da polícia. Eles teriam provocado a tortura e a expulsão de um morador, de sua companheira e dos quatro filhos menores de idade do casal. Além do desaparecimento dos meninos e da tortura da família, os integrantes da quadrilha são responsáveis por uma espécie de “tribunal do tráfico” na região, além de diversos roubos de veículos e de cargas em Belford Roxo e em outros municípios da Baixada Fluminense.

De acordo com a polícia, a operação é fruto de duas investigações que tramitaram simultaneamente na Divisão de Capturas e Polícia Interestadual (DC-Polinter) e na Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). Após a identificação dos suspeitos, foram emitidos 24 mandatos de busca, apreensão e prisão. Cerca de 150 policiais civis de diversas delegacias, como do Departamento-Geral de Homicídios e Proteção à Pessoa (DGHPP), do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE), da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), atuaram na operação nas comunidades do Castelar, da Palmeira e do Rola Bosta. “O trabalho de inteligência e investigação demonstrou a necessidade da ação da Polícia Civil na região para garantir os direitos fundamentais dos moradores que vivem sob a ditadura do tráfico e de pedestres que são vítimas constantes de crimes praticados pelos traficantes locais”, diz nota da polícia.

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