‘Corte de verbas que ameaça programas habitacionais deve impactar empregos’, afirma Flávio Amary

Secretário da Habitação de São Paulo disse que cada casa própria gera, em média, três empregos diretos; empenho do governador Doria pode fazer que impacto seja menor no Estado

  • Por Jovem Pan
  • 21/05/2021 08h45 - Atualizado em 21/05/2021 11h10
Antônio Cruz/Agência Brasil Obra em andamento Amary complementou dizendo que a iniciativa privada tem feito investimentos na área da construção por conta da demanda

O secretário de Habitação do Estado de São Paulo, Flávio Amary, afirmou que o corte de verbas que ameaça ao programas habitacionais custeados pelo governo federal pode aumentar o desemprego. “Cada casa construída gera, em média, três empregos diretos. Sem contar os empregos indiretos. A falta de investimento é proporcional a falta de geração de emprego. Em São Paulo temos 30 mil unidades em construção, com muitos empregos sendo gerados. Mas se considerarmos a necessidades de 300 mil unidades pelo governo federal, estamos falando de menos um milhão de empregos gerados com esse corte significativo para o setor.”

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, Amary destacou que o Estado de São Paulo tem um orçamento forte por determinação do governador João Doria e do vice-governador Rodrigo Garcia — o que pode fazer que o impacto seja um pouco menor do que no resto do país. “Como presidente do Fórum Nacional dos Secretários de Habitação, falo que o impacto é em todos os Estados. Nenhum está com programas novos ou atendidos pelo governo federal. É uma sinalização clara de presidente de que esse não é uma política dele. E isso é geração de emprego, é a realização do sonho da casa própria. Em São Paulo trabalhamos muito, mas com recursos próprios.”

Amary complementou dizendo que a iniciativa privada tem feito investimentos na área da construção por conta da demanda crescente que existe pela habitação em todas as classes sociais e faixas etárias no país. “Isso também se deve a taxa de juros baixa, onde a gente tem um aumento do financiamento imobiliário e a demanda pelo investimento em ativo real”, explica o secretário. Porém, isso não tira a responsabilidade do poder público. “Olhamos de forma focada para atender a população de mais baixa renda, que precisa de orçamento público, subsídio, financiamento, para que a gente possa diminuir o déficit habitacional e diminuir ocupações irregulares e habitações em áreas de risco — fazendo a remoção dessas famílias e trazendo segurança, até dignidade, para essas famílias.”

Para o secretário, essa falta do orçamento federal em um momento crítico, como a pandemia, atrapalha todas essas ações. “Aqui estamos falando só de São Paulo. Na reunião com os outros secretários, constatou-se que o investimento público federal em programas habitacionais novos em todo o Brasil está paralisado. Não existe investimento. É muito sério em um momento de pandemia, que devíamos ampliar as ações para dar segurança para as família.” Ele completou dizendo que, em São Paulo, o trabalho não parou nem em nenhum fase do Plano São Paulo. “Estamos trabalhando muito para que possamos manter os investimentos e até agora nenhuma obra foi paralisa.” Ele disse que o governo estadual “está fazendo sua parte” tanto na capital, região metropolitana, interior e baixada santista.

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