Prefeitura de Manaus exonera seis servidores suspeitos de furar fila da vacinação

Entre eles, estão as gêmeas Isabelle e Gabrielle Lins, imunizadas dias após serem nomeadas gerentes de projetos da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa)

  • Por Jovem Pan
  • 13/02/2021 15h57 - Atualizado em 13/02/2021 16h23
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EFE/EPA/GIUSEPPE LAMI - 05/01/2021 Profissional da saúde olha para vacina da Covid-19 A Prefeitura de Manaus exonerou seis pessoas por furar a fila de vacinação

A Prefeitura de Manaus publicou no Diário Oficial do Município, na última sexta-feira, 12, a exoneração de seis servidores investigados por supostamente teram furado a fila da vacinação contra a Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus. Entre o sexteto, estão as gêmeas Isabelle e Gabrielle Lins, imunizadas dias após serem nomeadas gerentes de projetos da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). Já os médicos Alessandro Silva Pontes, Carla Angelina Lima Ribeiro, Gabriela Pereira de Aguiar e David Louis de Oliveira Dallas Dias (filho do deputado estadual Wanderley Dallas), que também estão sendo investigados, já que não trabalham na linha de frente do enfrentamento da pandemia. No site “Imuniza Manaus”, consta que ambas receberam a segunda dose da vacina quatro dias após o pedido de exoneração de seus cargos. Os CPFs usados na consulta pela reportagem são os disponíveis na lista oficial de vacinados da Semsa. O caso das irmãs ganhou notoriedade por elas serem herdeiras do grupo empresarial dono do Hospital Nilton Lins, alugado pela segunda vez pelo governo do Estado para funcionar como hospital de campanha.

A juíza Jaiza Fraxe, da 1ª Vara Federal Cível do Amazonas, que havia proibido aos supostos “fura-filas” de tomarem a segunda dose da vacina, afirmou no Twitter, em 11 de fevereiro, que quem descumpriu a determinação pode sofrer penas de improbidade. “A informação é que a Justiça Federal não autorizou a nenhum ‘fura-fila’ permanecer no ilícito, descumprindo o Plano Nacional de Imunização do MS (Ministério da Saúde). Pessoas estão morrendo por causa desse tipo de comportamento. Quem repetiu o erro, após o devido processo legal e mediante as provas devidas, sofrerá as penas da ação de improbidade, em razão do dano ao erário, do privilégio ilícito e da infração do princípio da moralidade”, tuitou a juíza, sem citar nomes.

Gabrielle foi nomeada como “gerente de projetos” em 18 de janeiro, um dia antes do início da vacinação. Já Isabelle, no mesmo cargo, foi nomeada em 19 de janeiro, mesmo dia em que foi imunizada. No dia 11 foi aprovado no Plenário da Câmara o Projeto de Lei 25/21, do deputado Fernando Rodolfo (PL-PE), que tipifica os crimes de infração de plano de imunização; peculato de vacinas, bens medicinais ou terapêuticos; e corrupção em plano de imunização. O objetivo é coibir a prática de furar a fila de vacinação contra o novo coronavírus e outros desvios. A matéria seguiu para votação no Senado.

*Com informações do Estadão Conteúdo

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