Prefeitura de SP confirma volta às aulas com 35% da capacidade em 1º de fevereiro

Apesar da volta ser permitida a partir do dia 1º, alunos da rede municipal terão atividades remotas até o dia 15 de fevereiro; prazo para entrega de tablets a todos foi adiado para mês de abril

  • Por Jovem Pan
  • 14/01/2021 12h56 - Atualizado em 14/01/2021 14h15
MARLON COSTA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Protocolos contra a Covid-19 serão únicos para escolas públicas e privadas, respeitando os critérios sanitários da SMS

A Prefeitura de São Paulo confirmou, nesta quinta-feira, 14, que a volta às aulas da rede municipal e privada vai ser realizada no dia 1º de fevereiro, junto ao retorno das atividades escolares do Estado. De acordo com a informações divulgadas pelo governo municipal, essa volta será cautelosa e com 35% da capacidade máxima. Durante as primeiras duas semanas, a rede pública gerida pela prefeitura deve receber apenas atividades com professores. Segundo a Secretaria Municipal de Educação, os alunos retornarão presencialmente a partir do dia 15 de fevereiro. Os protocolos contra a pandemia da Covid-19 serão únicos para ambas esferas e em conformidade com os critérios sanitários da Secretaria Municipal de Saúde. Além disso, será implantado um sistema de monitoramento da rede de educação municipal através de escolas sentinelas. Professores com mais de 60 anos e com comorbidades não deverão retomar as atividades.

O secretário Municipal da Saúde, Edson Aparecido, apresentou dados estaduais e internacionais para justificar a decisão da retomada às aulas. Entre os motivos listados durante a apresentação para permitir a reabertura das escolas está a baixa taxa de incidência, internação e óbitos nos indivíduos de menor faixa etária e a falta de evidências de que crianças sejam casos-índice para contaminação de adultos. “Foi preciso que a gente tivesse um longo tempo de análise, de observação, para tomar uma decisão que fosse a decisão mais adequada e tomar num momento, num cenário mais adequado”, afirmou.

As escolas-sentinelas serão acompanhadas ao longo de 14 dias e funcionarão como forma de referência para todas as outras presentes em um território de uma mesma UBS. Segundo o secretário, as informações de saúde cada um dos alunos dessas instituições de ensino específicas serão analisadas detalhadamente pelo município. “Nós vamos acompanhar todas as escolas, mas essa escolas-sentinela, do ponto de vista da saúde pública, é ela que será referência de como vai ser este retorno de aulas e eventualmente as decisões que serão adotadas”, explicou o secretário. Ele não detalhou, porém, quais serão os critérios para escolher cada uma das escolas ou se haverá um sistema de rotatividade que permita que mais de uma do mesmo território seja analisada ao longo do ano.

Investimento na estrutura e prazos atrasados para entrega de tablets

Em sua primeira apresentação pública, o novo secretário de Educação do governo de Bruno Covas, Fernando Padula, garantiu que as escolas estão prontas para receber os alunos e informou que R$ 2,7 bilhões foram investidos na reforma de 552 instituições de ensino, aquisição de EPIs, termômetros e mais de 700 mil kits de higiene compostos por uma caneca, três máscaras e um frasco de sabonete. Além disso, um montante de R$ 297 milhões em recursos para escolas fazerem compras de tapetes sanitizantes, sinalização e instalação de novas torneiras e outros equipamentos de higiene também foi comprometido. “Foi investido muito em tecnologia, comprado 465 mil tablets que vão ser entregues até abril para todos os alunos do ensino fundamental, um tablet por aluno”, disse o secretário.

O prazo da entrega dos tablets anunciado nesta quinta é diferente do prometido durante a última coletiva de imprensa realizada pela pasta no mês de dezembro de 2020, quando o então secretário Bruno Caetano negou que houvesse qualquer atraso na entrega dos equipamentos eletrônicos e garantiu que todos os alunos deveriam recebê-los até o mês de fevereiro. A ideia inicial é de que os estudantes usem os equipamentos para fazer atividades de reforço no contraturno das aulas e consigam, assim, repor qualquer deficiência de aprendizagem do ano anterior. Além dos tablets com chip, o secretário informou que salas de aula devem ser adaptadas com computador, projetor e caixa de som para facilitar a transmissão de ensino para quem não estiver presencialmente.

Como deve funcionar?

A partir do dia primeiro de fevereiro, a rede municipal terá atividades voltadas apenas para professores. Os alunos consumirão conteúdo de forma remota até o dia 15, quando poderão retornar às escolas. “Será feito um trabalho na próxima semana de checagem de cada uma das quatro mil escolas para ver se essas escolas têm condição da retomada das atividades presenciais. Não temos, nós não reabriremos”, afirmou. O secretário disse que professores e alunos com comorbidades não deverão voltar para as escolas a princípio e alguns professores substitutos foram contratados para suprir a falta desses docentes.

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