Prisão de Lula seria pior para Moro, avalia Gilberto Carvalho

  • Por Agência Estado
  • 17/03/2016 13h15
Brasília - O ex-ministro Gilberto Carvalho fala à imprensa após prestar depoimento como testemunha na Operações Zelotes, na Justiça Federal (Wilson Dias/Agência Brasil) Wilson Dias/Agência Brasil Ex-ministro Gilberto Carvalho (Agência Brasil)

Homem de confiança do agora ministro da Casa Civil, Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-ministro da secretaria geral da Presidência Gilberto Carvalho acusou o juiz Sérgio Moro de agir “politicamente”. Discreto, Carvalho acompanhou a posse de Lula realizada no Palácio do Planalto na manhã desta quinta-feira (17) da penúltima fila da cerimônia.

Em conversa com o jornal O Estado de S. Paulo após o evento, o petista ressaltou que era uma “bobagem” dizer que Lula estava ocupando o comando da Casa Civil para obter foro privilegiado e dessa forma escapar das investigações de Moro no âmbito da Lava Jato. 

“Ele não veio aqui para escapar do Moro, isso é uma bobagem. Se ele fosse preso o pior seria para o Moro e não para ele, porque ficaria evidente a injustiça”, afirmou o ex-ministro.

Na entrevista, Carvalho também admitiu que Lula ao assumir como status de “superministro” poderá ser uma “sombra” para presidente Dilma. “É evidente que ele é uma figura muito grande dentro do governo. É evidente que vira uma sombra”, disse.

Ao comentar as manifestações de ontem contra a posse de Lula, Carvalho disse que “algumas redes de televisão nitidamente insuflaram mobilizações”. “Nós temos que ter tranquilidade, olhar isso tudo. Entender essa reação, nos prender à estrita legalidade e fazer o governo funcionar e mudar a economia”, avaliou.

Ao comentar sobre quais seriam os primeiros passos de Lula no governo, Carvalho disse tudo deve começar com o reatamento político com a base aliada. “Tem que haver uma busca para recompor a nossa base e desmontar essa coisa do impeachment. Ao mesmo tempo é tomar medidas junto com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, no sentido de realimentar o crédito, o investimento, dialogar com os empresários para recuperar a credibilidade do governo. O governo tinha perdido a credibilidade e o Lula é uma figura, pela história, que tem condição disso”, finalizou.

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