Privatização de lixões municipais pode gerar até R$ 21,8 bilhões em investimentos

Governo federal, Caixa e BNDES estruturam concessões e parcerias público-privadas para 511 municípios, que, juntos, somam 10,8 milhões de habitantes

  • Por Victor Moraes
  • 25/09/2023 12h14
Marcos Arcoverde/Estadão Conteúdo Aterro sanitário localizado no município de Resende, na região sul do Estado do Rio de Janeiro Aterro sanitário localizado no município de Resende, na região sul do Estado do Rio de Janeiro

A privatização de lixões pode ajudar o poder público a resolver o problema da coleta de lixo no Brasil. O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seu primeiro mandato, em 2002, previa o fim dos lixões municipais entre 15 e 20 anos, mas a questão se arrasta até hoje. São cerca de 2.000 lixões espalhados pelos municípios brasileiros, e as prefeituras reclamam sempre da falta de verba e de orçamento para lidar com eles. Recentemente, um lixão em Petrópolis, no Rio de Janeiro, pegou fogo, se tornando um risco muito grande para o meio ambiente e a população, já que o lixo acumulado gera gás metano, altamente explosivo e poluente. O presidente do Grupo Urbam, especialista em gestão de resíduos e coleta seletiva, Guilherme Almeida, diz que passar a gestão dos resíduos sólidos para a iniciativa privada é imprescindível e abre uma série de oportunidades para pequenas e médias empresas. O Programa de Parcerias de Investimentos, a Caixa e o BNDES estão promovendo editais para contratação de estudos a fim de encontrar o melhor modelo de gestão em cada município ou região.

A ideia é estruturar concessões e parcerias público-privadas (PPPs). O potencial de investimento é grande: R$ 21,8 bilhões nos próximos anos, atingindo 511 municípios onde moram 10,8 milhões de pessoas. Para Almeida, além dos aterros, o Brasil deve olhar para novas tecnologias para tratamento dos resíduos. Na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, existe essa separação: quase todos os resíduos plásticos são levados para a reciclagem. Já o resíduo orgânico, que gera o metano, não vai para o aterro, e sim para a compostagem ou biometanização, captando quase 100% do gás para gerar energia com esse material.

Assista à reportagem completa do Jornal da Manhã:

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