Procuradores da Lava Jato em São Paulo pedem demissão coletiva

Segundo o ofício, a solicitação foi feita devido a ‘incompatibilidades insolúveis com a atuação da procuradora natural dos feitos da referida força-tarefa, Dra. Viviane de Oliveira Martinez’

  • Por Jovem Pan
  • 02/09/2020 22h07 - Atualizado em 02/09/2020 22h11
Google maps Prédio no qual está sediado o MPF em São Paulo Janice Ascari foi uma das procuradoras que pediu o desligamento

Sete procuradores da força-tarefa da Operação Lava Jato em São Paulo comunicaram, nesta quarta-feira, 2, sua saída ao procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras. Segundo o ofício, a solicitação foi feita devido a “incompatibilidades insolúveis com a atuação da procuradora natural dos feitos da referida força-tarefa, Dra. Viviane de Oliveira Martinez”. Nesta terça-feira, o procurador Deltan Dallagnol pediu o desligamento da coordenação da Lava Jato em Curitiba para se dedicar à família, e o procurador Alessandro de Oliveira foi designado para ocupar o cargo.

Pediram demissão hoje, com as datas de desligamento, os seguintes procuradores:

  • Guilherme Rocha Göpfert: a partir de 08/09/2020
  • Thiago Lacerda Nobre: a partir de 08/09/2020
  • Paloma Alves Ramos: a partir de 11/09/2020
  • Janice Agostinho Barreto Ascari: a partir de 30/09/2020
  • Marília Soares Ferreira Iftim: a partir de 30/09/2020
  • Paulo Sérgio Ferreira Filho: a partir de 30/09/2020
  • Yuri Corrêa da Luz: a partir de 30/09/2020

Eles se colocaram à disposição para realizar um período de transição, e adotar “providências finais a parte dos casos que vinham sendo conduzidos”. “Frisam, por oportuno, a importância de que, neste interregno, sejam mantidas as desonerações ora vigentes nesta Força-Tarefa, para fins de adequada consecução dos referidos trabalhos de transição”, afirma o documento. Além disso, pedem que, assim que forem efetivadas as demissões, seja aberto trânsito para a entrada dos membros Yuri Corrêa da Luz, Paulo Sérgio Ferreira Filho, Marília Soares Ferreira Iftim e Paloma Alves Ramos, “por estarem em exercício na Procuradoria da República em São Paulo/SP em favor de sua atuação, até então, na força-tarefa, e precisarem de prazo para a organização de seu retorno a suas respectivas unidades de origem.”

A Lava-Jato em São Paulo é, no momento, uma das grandes frentes de investigação do MPF sobre casos importantes de corrupção descobertos pela Lava-Jato no Paraná e que acabaram desmembrados e enviados ao Estado. Ao todo, 126 procuradores fazem parte dos quadros da Procuradoria em SP, distribuídos em 31 unidades no Estado, entre elas a sede na capital. O PGR Augusto Aras tem sido criticado por parte dos procuradores da Lava Jato desde que afirmou, em um debate, que os rumos de parte do Ministério Público Federal “devem ser corrigidos para que o que chamou de lavajatismo dentro da instituição seja superado”. Ele também classificou a operação em Curitiba como ” uma caixa de segredos”.

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