Proposta de “TV municipal” de Haddad é alvo de crítica de adversários

  • Por Estadão Conteúdo
  • 18/08/2016 08h51
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Brasília- DF 05-01- 2016 Foto Lula Marques/Agência PT Prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, durante entrevista a imprensa depois de encontro com ministro, Jaques Wagner. Lula Marques/Agência PT Fernando Haddad - Ag. PT

A proposta do prefeito e candidato à reeleição na disputa em São Paulo, Fernando Haddad (PT), de criar um Conselho Municipal de Comunicação e instituir uma TV e uma rádio municipais foi criticada ontem por dois de seus principais concorrentes, o deputado Celso Russomanno (PRB) e o empresário João Doria (PSDB), ambos profissionais da área. A ideia, por outro lado, é vista com entusiasmo pela candidata Luiza Erundina (PSOL), que administrou a cidade entre os anos de 1989 e 1993 pelo PT.

A ideia figura no Plano de Governo apresentado pelo candidato petista à Justiça Eleitoral no ato do registro de sua candidatura, no último dia 8. O documento de 36 páginas relaciona as realizações da gestão Haddad nos últimos quatro anos e as diretrizes e as metas do petista para o período de 2017 a 2020, caso seja reeleito.

No capítulo intitulado “Por uma alternativa de comunicação”, o texto critica a concentração dos meios de comunicação e afirma que “a configuração atual da mídia no Brasil também aponta para uma ameaça à liberdade de expressão”.

O prefeito pretende, de acordo com a proposta, fomentar a cultura digital e incentivar a comunicação comunitária e a pluralidade de opiniões dentro de uma política pública integrada. Para isso, o petista quer criar o Conselho Municipal de Comunicação e Implantação de TV e Rádios Públicas.

Ao participar nesta quarta-feira de uma plenária no bairro Jardim Bancários, na zona leste da capital, Haddad afirmou que a ideia está prevista desde o lançamento do sinal digital em São Paulo, em 2007. “A intenção é usar um canal para que a cidade e os municípios se apoderem para fazer, por exemplo, campanhas educativas”, disse.

Despesas

Doria e Russomanno, no entanto, consideraram a proposta de Haddad “inoportuna”, pela criação de mais despesas no momento em que a Prefeitura passa por aperto em seus cofres, e ineficiente em seu propósito de “democratizar” informação. “Não é preciso isso para garantir educação de gênero e promoção de direitos humanos”, disse Doria, que cumpriu agenda de campanha nesta quarta em visita ao Congresso Nacional de Recursos Humanos e Gestão, na zona sul da capital.

Para o tucano, criar uma TV e uma rádio públicas, neste momento, “soa até como uma brincadeira”. “Não posso acreditar como uma pessoa como o prefeito Fernando Haddad possa defender uma ideia como essa numa situação atual, onde a Prefeitura tem que economizar recursos e otimizar ações, e não criar empresas públicas.”

Doria, que é dono de empresas de comunicação, citou como exemplo malsucedido a criação da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). “O governo Lula criou uma estatal de comunicação que consumiu uma fortuna de dinheiro e não se produziu nada. A EBC só produziu despesa e emprego para partidários do PT e apadrinhados”, criticou o candidato tucano.

“TV Cultura”

Russomanno, que é apresentador de TV, disse que a Prefeitura tem outras opções para investir na democratização da informação. “Acho desnecessário investir alto em algo que pode não dar retorno”, disse ele, que visitou na quarta uma feira no Capão Redondo e a abertura de um salão internacional de motopeças. O candidato do PRB citou como exemplo a TV Cultura, ligada ao governo estadual, que, segundo ele, “só dá prejuízo”. Para ele, a democratização da comunicação passa primeiramente pela transmissão de dados.

Erundina não teve agenda pública na quarta. Por meio de sua assessoria, disse que sempre defendeu o Conselho Nacional de Comunicação e pretende implementar “mecanismos de controle social e veículos de TV e rádio que transmitam temas pertinentes aos cidadãos, respeitando e valorizando sua diversidade”. Marta Suplicy (PMDB) também não teve agenda pública e não quis se manifestar sobre o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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