Quando serei vacinado? Posso escolher qual vacina vou tomar? Tire suas dúvidas

Após aval do ministro da Saúde, previsão é de que imunização comece ainda nesta segunda, 18

  • Por Jovem Pan
  • 18/01/2021 13h45 - Atualizado em 18/01/2021 18h37
Luis Lima/Estadão Conteúdo - 08/01/2021 Seringa com vacina Na manhã desta segunda-feira, 18, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, esteve no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo

A vacinação contra a Covid-19 começou no domingo, 17, no Estado de São Paulo e deve se iniciar ainda hoje em boa parte das unidades da federação. Na manhã desta segunda-feira, 18, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, esteve no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, para anunciar a divisão das seis milhões de doses já disponíveis e iniciar a distribuição aérea feita gratuitamente pelas companhias Azul, Gol, Latam e Voepass. Com a chegada dos imunizantes nos estados e no Distrito Federal, as Secretarias Estaduais de Saúde já têm autorização para começar a vacinar imediatamente. A Jovem Pan listou as principais dúvidas sobre o processo de vacinação. Confira!

Quando vou me vacinar?

De acordo com o Ministério da Saúde, a previsão para início da imunização era a próxima quarta-feira, 20. Porém, na manhã desta segunda, 18, ele antecipou a data em dois dias e deve começar ainda hoje. A CoronaVac foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) neste domingo, 17, e o Estado de São Paulo iniciou a vacinação logo após o anúncio. Como as doses já estavam disponíveis e foram encaminhadas aos estados nesta manhã, a previsão é que a aplicação comece a partir das 17h.

No Estado de São Paulo, a vacinação segue um calendário paralelo ao do Ministério da Saúde. Dividindo a população pelos grupos de risco, o primeiro grupo a receber as doses são os profissionais da área da saúde e os indígenas. Segundo a programação anunciada pelo governador João Doria em dezembro, a data para primeira dose desse grupo seria 25 de janeiro e, para a segunda dose, 15 de fevereiro. Com a antecipação de uma semana, não foi informado se o cronograma sofreria alterações. Como as doses disponíveis até o momento não são suficientes para uma imunização em massa, os idosos vão precisar esperar mais alguns dias.

Quais os grupos prioritários para vacinação?

O Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde anunciado em dezembro coloca como grupos prioritários idosos com mais de 60 anos (em casas de repouso ou não), trabalhadores da área da saúde (incluindo equipes de apoio e cuidadores de idosos), indígenas e quilombolas, população em situação de rua, trabalhadores da educação, pessoas com deficiência permanente severa, membros das forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema de privação de liberdade, trabalhadores do transporte coletivo, transportadores rodoviários de carga e população privada de liberdade. Além disso também está prevista a vacinação de pessoas com algumas comorbidades. São elas:

  • Diabetes mellitus;
  • Hipertensão arterial grave (difícil controle ou com lesão de órgão alvo);
  • Doença pulmonar obstrutiva crônica;
  • Doença renal;
  • Doenças cardiovasculares e cerebrovasculares;
  • Indivíduos transplantados de órgão sólido;
  • Anemia falciforme;
  • Câncer;
  • Obesidade grau III.

Preciso fazer cadastro?

Para receber qualquer vacina no Brasil, que seja pública e gratuita, não é preciso fazer nenhum tipo de cadastro. No caso da Covid-19, basta apresentar algum documento que comprove o grupo de risco ao qual o indivíduo pertence. O Ministério da Saúde orienta, para controle, que a pessoa a ser vacinada leve um documento com o CPF ou então a carteirinha do Sistema Único de Saúde (SUS). Caso a pessoa não seja cadastrada, o posto de saúde pode incluí-la na base de dados na hora ou pode ser feito através do aplicativo ConecteSUS. No entanto, o Estado de São Paulo está realizando um pré-cadastro para agilizar o atendimento e prevenir as filas e aglomerações. No portal Vacina Já, é possível fornecer dados como data de nascimento, endereço, telefone e e-mail que vão diminuir seu tempo no posto de vacinação — porém não é permitido o agendamento de horário. Essa etapa não é obrigatória e não pode ser exigida como pré-requisito no momento da vacinação.

Posso escolher qual vacina tomar? 

Não. A distribuição das vacinas é feita pelo Ministério da Saúde levando em conta algumas questões logísticas — que facilitam ou não o transporte das doses para lugares mais afastados dos grandes centros urbanos. Ainda assim, no Brasil, foram disponibilizadas para uso emergencial, até o momento, apenas a CoronaVac, do Instituto Butantan com o laboratório chinês Sinovac, e a vacina da Fiocruz (Oxford/AstraZeneca).

Até o momento, somente seis milhões de doses estão disponíveis — e todas são da CoronaVac. Elas que estão sendo distribuídas hoje pelo Brasil. Já as doses da Oxford/AstraZeneca, que devem ajudar a intensificar a vacinação em massa, podem chegar no país em cerca de duas semanas. O anúncio foi feito após o voo que iria para a Índia buscar dois milhões de doses do imunizante produzido pelo laboratório Serum Institute ser cancelado na última sexta-feira, 15. Os outros laboratórios, por mais que estejam em negociações, ainda não fecharam acordos com o Ministério da Saúde para fornecer doses ou transferência de tecnologia.

Posso parar de usar máscara depois de me vacinar?

Não é recomendado. Isso porque a vacina, mesmo após as duas doses, não produz uma resposta imunológica imediatamente — isso pode levar dias. Ainda assim, nenhuma vacina garante 100% de imunidade, apesar de diminuir as chances de internações e casos graves da doença. Para que a vida volte ao normal, onde não se usa máscara e aglomerações são permitidas, é preciso alcançar a imunidade de rebanho. Isso só vai acontecer quando uma boa parcela da população for imunizada. Essa data ainda é difícil de ser prevista porque depende do número de doses que o Brasil vai poder aplicar por mês e também as taxas de eficácia. Em geral, quanto menor a taxa de eficácia (que precisa ser de, no mínimo, 50%) mais pessoas precisam ser vacinadas. Como o uso emergencial prevê a imunização apenas para uma parcela pequena da população (grupos de risco), isso deve frear o número de casos e óbitos em alguns meses, mas não o suficiente para parar o vírus a curto prazo.

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