Quem dava a palavra final em indicações na Petrobras era Cunha, diz delator
O presidente da Câmara dos Deputados
O presidente da Câmara dos DeputadosEm depoimento de delação premiada, o ex-gerente da Petrobras, o engenheiro Eduardo Musa, afirmou que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, tinha a “palavra final” na indicação para a diretoria Internacional da estatal.
A área é uma das principais envolvidas nas investigações da Operação Lava Jato. Segundo depoimento de Musa (gerente da área Internacional entre 2006 e 2009), o PMDB detinha a indicação do cargo de diretor.
O lobista João Augusto Rezende Henriques, preso na última fase da Lava Jato, seria um dos responsáveis pela indicação de nomes à diretoria. No entanto, a palavra final era de Cunha.
Um trecho da delação diz: “Henriques disse ao declarante [Musa] que conseguiu emplacar Jorge Zelada para diretor internacional da Petrobras com o apoio do PMDB de Minas Gerais, mas quem dava a palavra final era o deputado Eduardo Cunha”.
Segundo Musa, Henriques era ligado ao PMDB e tinha influência na área Internacional da estatal e, “possivelmente”, na diretoria de Exploração e Produção.
Musa afirmou ainda que o lobista fornecia informações privilegiadas de dentro da Petrobras para ajudar na formação de preço das propostas enviadas à diretoria. O pagamento de propina era feito em troca destas informações.
Segundo investigações, Henriques recebeu R$ 20 milhões em propina de empreiteiras que prestavam serviço para a estatal. O lobista está preso temporariamente em Curitiba.
De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, a defesa de Eduardo Cunha disse não ter tido acesso ao depoimento feito em delação premiada e que, portanto, não iria se manifestar.
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