Randolfe pede ao STF quebra de sigilo de vídeo de reunião ministerial

  • Por Jovem Pan
  • 12/05/2020 18h03 - Atualizado em 12/05/2020 21h19
Plínio Xavier/Câmara dos Deputados randolfe O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) quando anunciou que conseguiu as assinaturas necessárias para a abertura da CPI do MEC

O senador Randolfe Rodrigues (Rede) pediu nesta terça-feira (12) a quebra de sigilo do vídeo da reunião interministerial realizada no dia 22 de abril em que o presidente Jair Bolsonaro teria pressionado o então ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro para que trocasse o comando da Polícia Federal.

A petição do senador foi enviada ao ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), logo após a divulgação de notícias nesta tarde que confirmariam a versão de Moro.

No documento, Raldonfe diz que “o sigilo deve ser medida excepcional” e que “agentes públicos devem ser responsabilizados por seus atos, não podendo se esconder sobre o manto do sigilo para verdadeira irresponsabilidade”.

O documento ainda evoca a Constituição para alegar que “não há qualquer defesa de intimidade ou interesse social que justifiquem a manutenção do segredo em relação a elementos probatórios relacionados à investigação de crimes contra a Administração Pública”.

“Cartada midiática”

A TV Globo noticiou mais cedo que o vídeo da reunião interministerial seria “devastador”. Nela, o presidente teria relatado a necessidade de proteger seus familiares com uma troca no comando da Polícia Federal.

Em seguida, em conversa com jornalistas na entrada do Palácio do Planalto, em Brasília, Bolsonaro negou as acusações. “Não existe no vídeo [menção à] PF e Superintendência. Quem trata da segurança da minha família é o GSI [Gabinete de Segurança Institucional]. O que a mídia está divulgando é ‘fake news’, algum ‘vazador’ está desinformado. O vídeo é a última cartada midiática para falar que o presidente interferiu na PF”, disse.

“Os ministros vão depor agora. Eu não escondo nada de ninguém. O depoimento do Moro, quem leu viu que não tem acusação nenhuma. Do Valeixo, a mesma coisa”, afirmou, fazendo referência aos ministros Augusto Heleno (GSI), Walter Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), convocados para depor no inquérito.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.