Randolfe pede ao STF quebra de sigilo de vídeo de reunião ministerial
O senador Randolfe Rodrigues (Rede) pediu nesta terça-feira (12) a quebra de sigilo do vídeo da reunião interministerial realizada no dia 22 de abril em que o presidente Jair Bolsonaro teria pressionado o então ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro para que trocasse o comando da Polícia Federal.
A petição do senador foi enviada ao ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), logo após a divulgação de notícias nesta tarde que confirmariam a versão de Moro.
No documento, Raldonfe diz que “o sigilo deve ser medida excepcional” e que “agentes públicos devem ser responsabilizados por seus atos, não podendo se esconder sobre o manto do sigilo para verdadeira irresponsabilidade”.
Notícias mostram q Bolsonaro interveio na PF em favor dos filhos e que Ministros de Estado querem a prisão de ministros do STF, governadores e prefeitos. Isso tudo frente às câmeras. O que fazem longe delas? O povo tem quer saber!#DivulgaTudoCelsodeMello #LiberaOVideoCelsodeMello pic.twitter.com/ITFtnUVO0Z
— Randolfe Rodrigues (@randolfeap) May 12, 2020
O documento ainda evoca a Constituição para alegar que “não há qualquer defesa de intimidade ou interesse social que justifiquem a manutenção do segredo em relação a elementos probatórios relacionados à investigação de crimes contra a Administração Pública”.
“Cartada midiática”
A TV Globo noticiou mais cedo que o vídeo da reunião interministerial seria “devastador”. Nela, o presidente teria relatado a necessidade de proteger seus familiares com uma troca no comando da Polícia Federal.
Em seguida, em conversa com jornalistas na entrada do Palácio do Planalto, em Brasília, Bolsonaro negou as acusações. “Não existe no vídeo [menção à] PF e Superintendência. Quem trata da segurança da minha família é o GSI [Gabinete de Segurança Institucional]. O que a mídia está divulgando é ‘fake news’, algum ‘vazador’ está desinformado. O vídeo é a última cartada midiática para falar que o presidente interferiu na PF”, disse.
“Os ministros vão depor agora. Eu não escondo nada de ninguém. O depoimento do Moro, quem leu viu que não tem acusação nenhuma. Do Valeixo, a mesma coisa”, afirmou, fazendo referência aos ministros Augusto Heleno (GSI), Walter Braga Netto (Casa Civil) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), convocados para depor no inquérito.
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