Reale diz que alegações finais comprovarão crimes de responsabilidade de Dilma

  • Por Estadão Conteúdo
  • 08/06/2016 09h41
Antonio Cruz / Agência Brasil "PSDB perdeu a noção de sua história, de seu passado e seu futuro", disse o jurista

Um dos autores do pedido de impeachment contra a presidente afastada Dilma Rousseff, o jurista Miguel Reale Junior afirmou, em entrevista ao Broadcast Político, que já trabalha em um esboço das alegações finais que ele e Janaína Paschoal apresentarão à comissão do impeachment por escrito. Segundo o advogado, o documento vai comprovar a “política fiscal eleitoreira, absolutamente irresponsável” da presidente afastada

As alegações finais devem ser apresentadas pelos autores do processo até duas semanas depois do interrogatório de Dilma Rousseff na comissão, sugerido pelo relator Antonio Anastasia (PSDB-MG) para acontecer no dia 20 de junho, mas o que os redatores do impedimento demonstram disposição para adiantar a apresentação.

Reale Júnior rebate a crítica ao fato de o governo Temer ter ministros envolvidos no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. “Era muito maior o número de ministros do governo Dilma envolvidos na Lava Jato. Quem está envolvido? O Henrique Alves (Turismo)? Ele era ministro da Dilma. Os ministros envolvidos na Lava Jato no governo Temer são os mesmos que estavam no governo Dilma”.

Reale argumenta que esse desgaste não será suficiente para a presidente afastada reverter o processo de afastamento contra ela no Senado Federal. “Dilma não vai ser absolvida por deslizes do governo Temer, ela vai ser condenada pelos deslizes que ela praticou”.

Ex-ministro da Justiça do governo Fernando Henrique Cardoso e professor de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Miguel Reale Júnior participa do lançamento do livro que coordenou com diversos autores e, entre eles, está Janaína Paschoal, a obra é intitulada “Direito Penal – Jurisprudência em debate”. No livro, não há qualquer menção sobre ele ou Janaína serem autores do processo que afastou Dilma Rousseff temporariamente do poder.

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