Relator da CCJ é favorável à continuidade do processo de cassação de Delcídio

  • Por Agência Brasil
  • 04/05/2016 13h01
Wilson Dias/Agência Brasil senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES)

O senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES) apresentou nesta quarta-feira (4) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) parecer favorável à continuidade do processo de cassação por quebra de decoro parlamentar do senador Delcídio do Amaral (sem-partido -MS).

Escolhido para emitir na CCJ parecer sobre se relatório do senador Telmário Mota (PDT-TO), favorável à perda do mandato do senador, aprovado ontem (3) com apenas uma abstenção no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Casa, Ferraço entendeu que o relatório de Telmário “não contém vícios” e atendeu aos aspectos de legalidade, constitucionalidade e juridicidade.

Apesar de o relatório ter sido muito elogiado pelos integrantes da CCJ, para minimizar o risco de contestações judiciais ou liminares na Justiça, vários senadores ponderaram que seria prudente adiar a votação na comissão por, pelo menos, 24 horas. Em atendimento a essas solicitações, o presidente do colegiado, senador José Maranhão (PMDB-PB), determinou que a votação seja realizada em sessão extraordinária da CCJ marcada para quinta (5), às 9 horas da manhã.

Também atendendo a um pedido do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), Maranhão decidiu que os advogados de Delcídio devem ser intimados a comparecer à reunião e terão a oportunidade de se manifestar, caso julguem necessário.

Se os senadores da CCJ acompanharem o parecer de Ferraço, o processo contra Delcídio ganha sinal verde para ir a plenário onde será incluído na Ordem do Dia para decisão final. A Resolução 20 de 1993, que disciplina o funcionamento do conselho, não prevê, porém, prazos para essa votação.

Nova Licença

Na manhã de hoje Delcídio do Amaral solicitou à Secretaria-Geral da Mesa do Senado, mais 100 dias de licença das atividades parlamentares, a partir de sexta-feira (6), para “tratar de interesses particulares”. Pelo regimento interno da Casa os senadores têm direito a até 120 dias de licença por motivos pessoais. Nesse caso a licença é sem remuneração. Segundo a Secretaria-geral da Mesa da Casa, a licença não interrompe a tramitação do processo de cassação.

Histórico

A representação contra o senador Delcídio do Amaral foi apresentada em dezembro do ano passado pela Rede Sustentabilidade e pelo Partido Popular Socialista (PPS). O pedido foi embasado nos indícios de que Delcídio ofereceu ao ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, um plano a de fuga e uma mesada a seus familiares, em troca de Cerveró não fazer acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. Por causa disso, o senador sul-matogrossense foi o primeiro senador da República a ser preso em pleno exercício do mandato.

Durante a análise do processo do Conselho de Ética, Delcídio faltou a quatro sessões do colegiado convocado para ouvir seus esclarecimentos a respeito das denúncias. Os advogados de defesa chegaram a pedir que a pena de cassação de mandato fosse substituída por outras alternativas como advertência ou afastamento temporário do Senado, mas os pedidos não foram acatados pelo relator.

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.