Relator da Lava Jato no STF diz que operação ‘não é suscetível de qualquer retrocesso’
O ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta quarta-feira (12) que a operação trouxe um novo padrão “jurídico e de natureza ética” e que isso “não é suscetível de qualquer retrocesso”.
“A Lava Jato é uma realidade e não acredito que esta realidade venha a ser afastada por qualquer circunstância conjuntural”, disse. “A operação trouxe um novo padrão normativo, jurídico, portanto, e também de natureza ética ao Brasil e à administração pública. Tenho confiança plena que isso não é suscetível de qualquer retrocesso”, completou.
A fala ocorre após o site “The Intercept” publicar o conteúdo vazado de supostas mensagens trocadas pelo então juiz federal Sergio Moro e o coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol. Esta é a primeira vez que Fachin se manifesta sobre o tema.
Outros ministros
Sem citar nomes, o ministro Gilmar Mendes disse na última terça (11) que “juiz não pode ser chefe de força-tarefa”. Segundo ele, o Supremo não é um tribunal “destinado a condenar, nesse modelo em que juiz chefia procurador”. “Não é o caso desta Corte. Juiz não pode ser chefe de força-tarefa”, afirmou durante sessão da Segunda Turma.
O ministro Marco Aurélio Mello também comentou o episódio envolvendo Moro. “Coitado do juiz Moro. O presidente (Jair Bolsonaro) o colocou numa sabatina permanente quando anunciou que houvera um acordo para ele deixar uma cadeira efetiva (de juiz) para vir para a Esplanada, colocando-o na vitrine. E aí, (em) quem está na vitrine, o estilingue funciona”, disse. “Se admitiria um diálogo com os advogados da defesa? Não. Por melhor que seja o objetivo, não se pode admitir com o Ministério Público”, completou.
*Com Estadão Conteúdo
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