Relator de processo contra Cunha diz que não vai alterar voto que pede cassação

  • Por Estadão Conteúdo
  • 08/06/2016 11h34
  • BlueSky
Lucio Bernardo Junior/Câmara dos Deputados Marcos Rogério (DEM-RO) - Ag. Câmara

O deputado Marcos Rogério (DEM-RO), relator do processo disciplinar contra o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou, na manhã desta quarta-feira (8), que não vai alterar seu voto que pede a cassação do peemedebista. Na última terça-feira (7), o relator pediu vista da proposta do deputado João Carlos Bacelar (PR-BA) sugerindo que a pena para o parlamentar fosse de suspensão do mandato por três meses. 

Marcos Rogério pretende entregar na sessão do Conselho de Ética da Câmara suas ponderações por escrito, já que não está previsto para esta quarta uma reunião do colegiado e a previsão é que a sessão de votação do parecer aconteça entre terça e quarta-feira da próxima semana. 

O presidente do conselho, José Carlos Araújo (PR-BA), pretendia marcar a reunião para a próxima terça-feira (14), mas, segundo relatos de conselheiros, o próprio advogado de Eduardo Cunha, Marcelo Nobre, pediu para que não houvesse reunião nesse dia.

Pré-candidato à prefeitura de São Paulo, o deputado Celso Russomanno (PRB-SP) pediu uma reunião com a cúpula do seu partido e com a bancada da Câmara para discutir a situação do voto da deputada Tia Eron (PRB-BA). De acordo com fontes, o objetivo de Russomanno é pressionar a direção da sigla para que a deputada não dê voto favorável a Cunha. 

Tanto Russomanno quanto o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) temem que o desgaste do partido em salvar o político da cassação atrapalhe a candidatura deles. “O Celso está desesperado”, contou um parlamentar.

Também na última terça-feira, a deputada Tia Eron não participou da sessão que votaria o pedido de cassação do peemedebista. Pressionada pela direção do partido, Eron ficou escondida em um gabinete sem passar sequer perto do conselho. Temendo a derrota, adversários de Cunha perceberam que o suplente que votaria no lugar de Tia Eron seria o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) e, assim, o pedido de cassação seria sepultado. A solução encontrada foi adiar a votação.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara se reúnirá e pode colocar em pleito a consulta sobre o rito de votação do processo de Cunha no plenário. Deputados contrários ao deputado dizem que estão dispostos a não só votar o parecer do deputado Arthur Lira (PP-AL) como a derrotar a proposta que pode beneficiar o presidente afastado da Câmara.

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.