Saiba como está a investigação e o que falta descobrir sobre a morte de Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido

Polícia suspeita que a amazonense teve uma overdose de cetamina, uma droga anestésica com potencial alucinógeno; cinco pessoas foram presas suspeitas de envolvimento com um grupo religioso

  • Por Jovem Pan
  • 04/06/2024 17h36 - Atualizado em 04/06/2024 18h12
Arquivo Pessoal/Djidja Cardoso Djidja Cardoso Djidja Cardoso foi sinhazinha do Boi Garantido entre 2016 e 2020

Djidja Cardoso, de 32 anos, era uma figura conhecida no Festival Folclórico de Parintins, onde atuou como a sinhazinha do Boi Garantido entre 2016 e 2020. Após sua aposentadoria do festival, ela passou a trabalhar com a mãe e o irmão em uma rede de salões de beleza no Amazonas. Recentemente, ela revelou lutar contra a depressão, conforme publicado em suas redes sociais no aniversário de 32 anos. Djidja foi encontrada morta em sua casa no bairro Cidade Nova, em Manaus, no dia 28 de maio. Familiares que não conseguiam contato por telefone decidiram ir à residência e a encontraram sem vida por volta das 6h. O laudo preliminar do Instituto Médico Legal (IML) indicou um edema cerebral como causa da morte, que resultou em parada cardiorrespiratória. A polícia suspeita que uma overdose de cetamina, uma droga anestésica com potencial alucinógeno, tenha levado ao edema cerebral.

A morte de Djidja desencadeou a Operação Mandrágora, que resultou na prisão preventiva de cinco pessoas: Cleusimar Cardoso (mãe de Djidja), Ademar Cardoso (irmão) e três funcionários dos salões de beleza da família — Verônica Seixas, Claudiele da Silva e Marlisson Vasconcelos. Eles são acusados de tráfico de drogas, associação para o tráfico, e outros crimes relacionados ao uso indevido de cetamina. A polícia investiga a ligação dos envolvidos com um grupo religioso chamado “Pai, Mãe, Vida”, que utilizava cetamina em rituais. Ademar, Cleusimar e Djidja seriam os líderes do grupo, que promovia a ideia de alcançar uma “plenitude espiritual” por meio do uso da droga. Vídeos obtidos pela polícia mostram Cleusimar gravando a família sob efeito de cetamina, incluindo momentos em que Djidja e Ademar faziam as aplicações.

Uma ex-namorada de Ademar relatou à polícia que utilizou cetamina com ele e Cleusimar, e que foi abusada sexualmente pelo irmão de Djidja sob efeito da droga. A atual namorada de Ademar confirmou o uso de cetamina, dizendo que era uma exigência de Cleusimar para frequentar a casa da família. Essas práticas de uso de drogas resultaram em problemas de saúde para as vítimas, como infecções urinárias. A defesa de Cleusimar e Ademar alega que ambos são “doentes” devido à dependência química e busca atestar a incapacidade mental dos acusados. Eles negam a existência de um grupo religioso coercitivo e alegam que os rituais eram apenas discursos sob efeito das drogas. A defesa dos funcionários afirma que eles são vítimas do esquema e foram obrigados a participar dos rituais.

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O laudo completo do IML, que esclarecerá se o edema cerebral foi causado por overdose de cetamina, deve ficar pronto em 30 dias. O dono da clínica veterinária onde a droga era comprada deve prestar depoimento à polícia. A polícia continua investigando o grupo religioso e os possíveis crimes cometidos, incluindo maus-tratos a animais e o fornecimento ilegal de drogas.

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