‘Serei exonerado’, diz diretor do Inpe após desconforto com Bolsonaro
O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Magnus Osório Galvão, declarou, nesta sexta-feira (2), que será exonerado do cargo. Ele se envolveu em uma polêmica com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) após o mesmo rebater os dados de desmatamento divulgados pelo órgão, os quais classificou como “mentirosos”.
Na data, Galvão criticou a postura de Bolsonaro, ressaltando a credibilidade internacional do instituto e enfatizando que o presidente precisava entender que não pode falar em público “como se estivesse em um botequim”. Hoje (2), o diretor disse que, por causa de suas falas, deverá ser demitido: “Minha fala sobre o presidente gerou constrangimento, então eu serei exonerado”, disse.
Galvão, que tem 71 anos trabalha no Inpe desde 1970 e seu mandato como diretor termina apenas no ano que vem. Nesta quinta-feira (1), durante uma coletiva de imprensa, Bolsonaro considerou a exoneração, dizendo que poderia “tomar uma decisão mais drástica” sobre o diretor, que supostamente divulgou dados equivocados sobre o desmatamento no Brasil.
“Se quebrar confiança vai ser demitido sumariamente, não tem desculpa para nenhum subordinado ao governo divulgar dado com esse peso de importância para o nosso Brasil. A questão de perder a confiança, no meu entender é uma pena capital. Nem na vida particular convivemos com pessoas que perdemos confiança. Temos muita responsabilidade em identificar se houve má fé ou não”, avaliou Bolsonaro.
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