STF analisa recurso no qual Cunha tenta reverter indicação a réu na Lava Jato
O Supremo Tribunal Federal (STF) analisa, nesta quinta-feira (2), o recurso apresentado pelo presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para tentar reverter a decisão da Corte de transformá-lo em réu na Operação Lava Jato. Os embargos de declaração impetrados pela ex-deputada federal Solange Almeida (PMDB-RJ), que também é alvo da ação penal, serão analisados na mesma sessão.
Para os advogados do parlamentar, há “obscuridade” na decisão tomada, em março último, pelo Supremo de aceitar a denúncia de que o peemedebista cometeu crimes de corrupção e lavagem de dinheiro por seu suposto envolvimento no esquema de desvios na Petrobras
No entendimento do STF, Cunha usou o seu cargo de deputado para pressionar pela retomada de um esquema de propina de 2011. Esses recursos, que somariam US$ 5 milhões, seriam fruto de contratos da venda de navios-sonda para a estatal entre 2006 e 2007.
O fato de Cunha ser réu foi um dos argumentos usados pelos ministros do STF para determinar, em maio, o afastamento do político do mandato e do comando da Câmara. Na avaliação dos ministros, a condição seria incompatível com o fato de estar na linha sucessória da presidência da República. Na ocasião, os magistrados também argumentaram que Cunha usava o cargo para impedir os avanços das investigações contra ele tanto na Justiça como no Conselho de Ética da Câmara.
Requerimentos
No caso de Solange, ela é acusada de ter usado o cargo de deputada em favor de Cunha ao apresentar dois requerimentos na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara visando pressionar lobistas envolvidos no esquema a retomarem os pagamentos de propina prometidos e que, na época, haviam sido interrompidos.
Para a defesa da ex-deputada, que, hoje, é prefeita de Rio Bonito (RJ), não há, nem na denúncia nem no acórdão publicado pelo STF, qualquer indício de que ela tenha recebido “vantagem indevida” ao fazer os dois requerimentos.
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