Temer afirma que CPMF pode voltar e admite incluir idade mínima para aposentadoria

  • Por Jovem Pan com Agência Brasil
  • 02/06/2016 21h11
Reprodução/SBT Michel temer

O presidente da República interino Michel Temer admitiu, nesta quinta-feira (2), que a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) pode voltar. 

Para o presidente interino, a volta do imposto não está descartada. Ele afirmou, em entrevista ao SBT, que seu Governo tentará, no entanto, evitar recorrer a esse expediente. “Descartado aumento de imposto não está. Se for necessário, farei. Tentaremos evitar. Se vier, será necessariamente temporário”, afirmou.

Temer também falou sobre a proposta de reforma da Previdência Social em discussão no Governo, que incluirá a questão da idade mínima para a aposentadoria. O presidente interino disse que o reajuste dos salários de servidores públicos já estava previsto no governo da presidente afastada Dilma Rousseff e prometeu que, caso haja “incriminações” de outros ministros na administração atual, eles serão demitidos.

Em entrevista nesta noite ao jornal SBT Brasil, Temer disse que voltou atrás na decisão de extinguir o Ministério da Cultura porque “só os autoritários não recuam quando percebem equívoco”. Ele alegou, porém, notar um movimento político por trás das manifestações de artistas contra as mudanças na pasta, já que o ministério foi recuperado e “os prédios continuam ocupados”.

“Se for necessário, estipularemos regras de transição. Se o prazo é de 35 anos de contribuição, talvez quem tenha, sei lá, 20 anos ou 15 anos, tenha que contribuir mais um ano, mais um ano e meio. Mas isso é em beneficio do próprio cidadão que no futuro vai se aposentar. Porque, se o poder público não tiver recursos quando ele se aposentar, pior para ele”, afirmou o presidente interino ao falar sobre a questão da idade mínima para aposentadoria.

Questionado sobre o processo de impeachment que analisa se Dilma Rousseff cometeu crime de responsabilidade, Temer respondeu que as chamadas pedaladas fiscais são uma violação à Constituição Federal. Embora diga que não tem feito movimentação para agilizar o julgamento no Senado, ele disse que a antecipação do julgamento traria um “benefício ao país”, porque a situação de transitoriedade “não é útil” para o governo, nem para o país, para Dilma ou para o próprio governo.

Sobre o aumento do funcionalismo, aprovado nesta quarta-feira, ele disse que foi uma coisa ajustada no governo anterior, quando todos os funcionários ansiavam pela aprovação do reajuste. “Por um lado, pacifica a relação do governo com várias categorias de servidores. É um aumento desejado há muito tempo. É um aumento discreto que quase não cobre a inflação. É útil para o governo e para os trabalhadores. Sem dúvida [a aprovação levou em conta] o cálculo político e o cálculo econômico. Isso está previsto no orçamento.”

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